
Gustavo Gonçalves, João Ribeiro, Messias Baptista e Pedro Casinha. Fixe bem estes quatro nomes. Porque sagraram-se, então, campeões do Mundo de canoagem em Milão, mostrando uma coordenação impressionante para bater a Hungria por… 5 centésimos de segundo. Foi na modalidade de K4 500 metros que este quarteto fez história, com a Seleção Nacional de Canoeagem a alcançar uma inédita vitória nos Mundiais, que este ano decorrem em Itália. Canoagem portuguesa conquista o ouro inédito.
A Hungria ficou a 5 centésimos e a Espanha a 40. E Portugal adquire, então, o estatuto de “potência mundial” na canoagem. “É um dos títulos mais saborosos. É a força de um país. Todas as nações querem ganhar o K4. Quem o ganha, todos o consideram a potência mundial. Portugal é a potência mundial”, disse João Ribeiro à Agência Lusa.
Dois meses depois de se ter sagrado campeão da Europa, em Racice, na Chéquia, este ‘quarteto fantástico’ confirmou credenciais e chega ao título mundial, em Milão. Sonhar alto nos Jogos Olímpicos de Los Angeles’2028 é permitido. “Nos Europeus, podem ter achado que era sorte ou surpresa. Mas sabemos muito bem o que este K4 está a andar”, acrescentou, então, João Ribeiro.
Se há quatro anos, o K4 português, constituído então por Emanuel Silva, João Ribeiro, Messias Baptista e David Varela, já mostrava sinais de quebra, a renovação não se fez esperar. Emanuel Silva e David Varela deixaram, então, a competição e 50 por cento da equipa tinha condições para fazer essa renovação. Aliando a irreverência de Messias Baptista à experiência de João Ribeiro, naturalmente, antes de encontrar outra dupla que encaixasse na perfeição.
E a aposta definitiva foi feita com dois Sub-23: Gustavo Gonçalves e Pedro Casinha trouxeram capacidade de luta, força mental e uma destreza fora do comum, para complementar um K4 que já fez história.

Aos 36 anos, o lendário Fernando Pimenta continua a competir e conquistou mais uma medalha internacional, agora em Milão. O bronze chegou na categoria de K1 1000 metros e, assim, o canoísta natural de Ponte de Lima, chegou às 154 medalhas internacionais, 24 delas em Mundiais. Um número estratosférico para um atleta de classe mundial que parece eterno na modalidade.
“Se calhar, sou como o Vinho do Porto. Quanto mais velho, melhor. Pelo menos, sou mais feliz a competir e a fazer o que faço. Sem dúvida de que tenho de continuar o meu trabalho e deixar um legado não só dentro de água como também fora dela”, explicou o melhor canoísta português de sempre.






