
O desporto, tal como a vida, é feito de superações. Neste fim de semana em Madrid, nos Campeonatos da Europa por Equipas, a Seleção Nacional de Atletismo voltou a dar uma resposta clara: Portugal está na elite do atletismo europeu… e com todo o mérito.
Terminámos em 8.º lugar, entre as 16 das melhores nações do continente, assegurando a manutenção na Superliga europeia. Poderia parecer um feito esperado, mas quem conhece a realidade desportiva, quem sabe o que representa competir ao mais alto nível, entende que este resultado é fruto de muito mais do que talento: é fruto de caráter, de compromisso e de espírito coletivo.
É impossível não me emocionar ao ver atletas como o Isaac Nader, que venceu os 1 500 metros com autoridade, ou a Fatoumata Diallo, que se impôs nos 400 metros barreiras, mostrarem o valor do atletismo português. Mas mais do que medalhas ou vitórias – que celebramos com orgulho – este Europeu mostrou o que nos define enquanto nação desportiva: resiliência.
Tivemos baixas importantes. Partimos para Madrid com menos armas do que gostaríamos. Mas não usamos isso como desculpa. Pelo contrário, cada atleta deu mais de si para compensar as ausências. Quando no início do último dia ocupávamos o 11.º lugar, podíamos ter vacilado. Mas lutámos e subimos até ao 8.º posto.
Não posso deixar de destacar o que fez a Lorène Bazolo, que aos 41 anos voltou a bater o recorde nacional dos 200 metros com 22,61 segundos. Um exemplo de entrega e paixão. Ou a Salomé Afonso, que nos deu uma medalha de prata nos 1 500 metros. Bem como a Agate Sousa, que com um salto de 6,84 metros conquistou um bronze e elevou o nosso nome ainda mais alto.
Mas mais importante é a mensagem coletiva: Portugal está aqui para ficar.
Enquanto Presidente da Federação Portuguesa de Atletismo, posso dizer com convicção que este resultado foi mais do que um bom desempenho desportivo. Foi um sinal de que o caminho que estamos a seguir – de aposta no talento jovem, na preparação séria e nos apoios sustentados – está a dar frutos.
Mas não podemos adormecer. Estar entre os melhores é desafiante, mas para nos mantermos lá exige mais trabalho, mais visão e mais investimento. Precisamos de continuar a apostar na base, nos clubes, nos treinadores, e em estruturas que permitam aos nossos atletas evoluir sem terem de abdicar do sonho por falta de meios.
O nosso atletismo é feito de suor, de coragem e de identidade. Em Madrid, cada atleta correu, saltou ou lançou com uma camisola que representa muito mais do que um País… representa um estado de alma.
Estamos de parabéns, atletas, treinadores, staff, todos. Vamos por mais. MAIS atletismo.






