
Com apenas 20 anos, Gustavo Sá começa a afirmar-se como uma das promessas mais sólidas do futebol português. Formado em Vila Nova de Famalicão, o médio criativo destaca-se pela visão de jogo, inteligência tática e capacidade de aparecer nos momentos certos. É a nova estrela que brilha fora dos holofotes dos “ três grandes”. Esta é a nova rubrica ‘Estrelas dos underdogs da Liga’. Gustavo Sá – o maestro silencioso de Vila Nova de Famalicão.
Nascido em 2004 e natural da Póvoa de Varzim, Gustavo Sá chegou ao Famalicão ainda em idade juvenil, após um percurso feito na formação do Varzim e uma breve etapa no FC Porto. A ligação com o clube minhoto foi imediata, não só pela proximidade geográfica, mas também pela visão estratégica da SAD famalicense, que aposta forte na formação e no scouting de jovens talentos. Gustavo Sá subiu, então, à equipa principal ainda com idade júnior e estreou-se na Primeira Liga em 2022/23. Desde então, o médio tem crescido de forma substancial. Não só em minutos, mas também em importância. E em 2025/26, tudo indica que será a peça-chave no meio-campo do Famalicão.
Gustavo Sá é um “10” com traços do futebol moderno. Inteligente no jogo entre linhas, e com foco em soluções progressivas, o médio tem um remate perigoso fora da área e uma grande facilidade no jogo a dois toques. Até se pode dizer que há faíscas de João Moutinho no seu estilo de jogo, mas com uma pitada de Bruno Fernandes quando chega à zona de finalização.

Na época passada, apesar de atuar numa posição mais recuada em algumas fases da época, Gustavo Sá terminou, então, com 4 golos e 7 assistências na Primeira Liga. Números modestos, mas com bastante impacto na formação famalicense, da qual já é uma referência.
Mais do que isso, Gustavo Sá destaca-se pela forma como liga os setores, acrescentando-lhe o perfume que caracteriza qualquer fantasista. Raramente força uma jogada. Entende o ritmo do jogo como poucos da sua idade.
As chamadas às seleções jovens têm sido constantes. Gustavo Sá foi capitão dos Sub-19 e tem presença frequente nos sub-21, contando já com 35 internacionalizações e 10 golos. Nos bastidores da Federação, é apontado como um dos nomes a observar de perto para o próximo ciclo da seleção A, sobretudo numa posição onde Portugal começa a procurar alguma renovação.

Com contrato até 2029 e uma cláusula de rescisão de 50 milhões, o Famalicão tenta a todo o custo segurar a joia que tem em mãos. Fala-se, então, recorrentemente no interesse de clubes da Série A, da liga turca e até dos gigantes portugueses. E é expectável que este verão traga ainda algumas ofertas concretas ao clube de Vila Nova de Famalicão.
Por agora, o clube tenta segurar um talento que pode ser vital para uma temporada ambiciosa. E Gustavo Sá parece bastante confortável nesse papel de líder silencioso de um underdog que não quer apenas sobreviver no convívio entre os grandes. Mas sim competir. Gustavo Sá não grita pelo protagonismo. Mas joga como quem o merece. E em Vila Nova de Famalicão, talvez esteja a nascer o próximo grande médio do futebol português, à margem dos holofotes dos três grandes e das primeiras páginas dos jornais.






