
O sorteio do Eurobasket masculino 2025 determinou o reencontro da estrela portuguesa Neemias Queta e do astro sérvio Nikola Jokic. Desta forma, Batman e Joker (alcunha de Jokic) reveem-se no Eurobasket, no verão, na Letónia, país cuja seleção também se encontra no grupo de Portugal.
E reveem-se porque, na partida que teve lugar no TDGarden, em Boston, o poste português foi um dos jogadores a receber maior destaque por parte da imprensa americana, somando oito pontos e dez ressaltos (sete defensivos e três ofensivos).
O atleta português, de 2,13 metros e atual campeão da NBA, somou neste jogo um dos seus recordes de temporada, aproximando-se do duplo-duplo.
Já Nikola Jokic somou, então, um total de 20 pontos – 14 ressaltos e 9 assistências – número que, ainda assim, ficam aquém da média que o atleta dos Denver Nuggets tem vindo a apresentar ao longo da presente temporada.
Após um apuramento onde Portugal passou como líder do grupo na 2.ª fase de pré-qualificação, e em 3.º na fase final de qualificação, atrás de Israel e Eslovénia, a seleção portuguesa, enfrentará agora Sérvia, Turquia, Estónia, a anfitriã Letónia onde atua Porzingis, colega de Queta nos Celtics, e ainda a Chéquia.
Para perceber melhor o que é que a equipa de Mário Gomes pode fazer no EuroBasket 2025, o Craques falou com Miguel Minhava. O antigo internacional português, que brilhou na edições de 2007 e 2011, é hoje treinador-adjunto de Luís Magalhães no Sporting.

“No masculino, eu não vou dizer que não é possível passar a fase de grupos, mas é preciso que nos jogos certos estejamos com os astros todos alinhados”, explica.
E prossegue: “Temos que chegar aos jogos que podem dar apuramento num dia super inspirado, acho que vai passar muito por aí. Não devemos deitar os outros jogos fora, mas será essencial não vacilar nos jogos frente à Estónia e Chéquia.”
O antigo base, que passou por Benfica e Galitos do Barreiro, aproveitou ainda a ocasião para recordar a campanha de 2011. “Tivemos um cenário ligeiramente parecido: os adversários eram a Turquia, Espanha, a Lituânia a jogar em casa, (um bocadinho o cenário da Letónia), e depois tínhamos a Polónia e o Reino Unido. Mas quando chegou o jogo em que não podíamos falhar as coisas não nos correram tão bem.”
Já sobre o embate entre Queta e Jokic, ou Batman e Joker, Minhava explica que o poste português terá de alterar o seu comportamento em relação às funções que desempenha nos Boston Celtics.
“Na Seleção, ele tem muito mais responsabilidade. Se, por um lado, ele nos Celtics pode entrar e fazer 3 ou 4 faltas em poucos minutos, porque isso não será um problema para uma equipa bem apetrechada, já na Seleção ele tem outro peso. Por isso, não pode fazer tantas faltas porque depois não só fica mais condicionado como a Seleção fica mais limitada”, esclarece.
Pela primeira vez, a seleção feminina juntou-se, então, à masculina na participação no EuroBasket 2025. Na fase de qualificação para a prova europeia, as navegadoras bateram a Ucrânia por 60-57 e a Sérvia por 57-40.
A formação de Ricardo Vasconcelos bateu a Ucrânia num encontro extremamente equilibrado, no qual até entrou a perder. Portugal conseguiu orquestrar a cambalhota no resultado, à boleia dos 28 pontos repartidos entre Márcia Robalo e Carolina Rodrigues.
Já na segunda partida, a seleção Lusa, venceu, então, a Sérvia por 57-40, depois de um último quarto de domínio total português. Os 15 pontos de Márcia da Costa e 12 de Maria Correia foram dois dos principais destaques da seleção portuguesa.
Quando questionado face às hipóteses da equipa feminina das quinas, Miguel Minhava acredita que o cenário é bem diferente da seleção masculina.
“Parece-me uma tarefa complicada. A seleção belga tem estado a um nível altíssimo e as outras duas seleções (Montenegro e Chéquia) são fortes. Desta forma, creio que fica bastante encurtada a possibilidade de sermos bastante ambiciosos”, disse, não deixando de ter uma réstia de expetativa: “Ao mesmo tempo não podemos perder a ambição.”
A meta, segundo o adjunto de Luís Magalhães, é tornar, então, este tipo de participações uma coisa normal.
“Devemos ter o objetivo de que estas participações deixem de ser a exceção e passem a ser mais a regra, passando antes a exceção a ser a nossa ausência em fases finais do europeu”, afirmou.
Por fim, Miguel Minhava espera que a experiência em participar em competições deste nível possa tornar tanto a seleção masculina como feminina mais capacitadas para o futuro.
“No final espero que fiquemos com a ideia de que demos um passo em frente, mas que todos fiquem com a sensação de que o basquetebol português subiu mais um degrau, e que daqui para a frente não voltemos a descer.”






