
Munique é, definitivamente, a cidade da sorte para os clubes que nunca ganharam a Taça/Liga dos Campeões Europeus. Mais uma vez, a história mostrou-nos que disputar uma final na capital da Baviera é sempre positivo para um clube estreante neste troféu. Foi o que aconteceu ao Paris Saint-Germain esta época, mas já tinha sucedido em quatro vezes anteriores. É, por isso, um palco que não é aconselhável para clubes já com Champions no palmarés. Munique – esta cidade não é para ‘velhos’.
Tudo começou, então, em 1978/79. O Estádio Olímpico de Munique recebeu a final da antiga Taça dos Clubes Campeões Europeus, entre o Nottingham Forest de Brian Clough e o Malmö de Houghton. Neste caso, poderia pender para qualquer um deles, uma vez que ambos estavam ‘a seco’ na competição. Um golo solitário de Trevor Francis (45’) deu o triunfo aos ingleses, na sua estreia a ganhar na prova.
A 26 de maio de 1993, o Marselha de Raymond Goethals recebeu o AC Milan de Fabio Capello no Olympiastadion, em Munique. E, novamente, a história repetiu-se. Os milaneses, já com 4 troféus conquistados, haveriam de perder, por 1-0, diante dos estreantes franceses. Um golo do central Boli foi suficiente para um novo estreante fazer a festa na cidade talismã.

Quatro anos depois da última final em Munique, a cidade que até deu origem a um filme de Steven Spielberg, voltou a ser o palco do jogo decisivo da Champions League. De um lado os italianos, já com duas Taças conquistadas, e do outro, os estreantes alemães. E o que aconteceu? A equipa de Ottmar Hitzfeld levou, então, a melhor, triunfando por 3-1, estreando-se na lista de vencedores da prova mais desejada dos clubes do Velho Continente.
Nem o facto de jogar em casa foi suficiente para o Bayern quebrar a tradição. A equipa de Jupp Heynckes jogou a final em casa, no Allianz Arena, mas perdeu, já nos penáltis (1-1, 3-4 gp) diante do estreante Chelseam orientado por Roberto Di Matteo. Numa final arbitrada pelo português Pedro Proença, os alemães até se adiantaram perto do fim (83’), por Müller, mas Drogba (89’) haveria de restabelecer a igualdade. E nos penáltis, a tradição manteve-se.
Mais uma vez, Munique provou que não é uma cidade para ‘velhos’ habituados a ganhar. O estreante PSG deu uma lição de futebol ao veterano Inter – 3 troféus – e levou a ‘orelhuda’ para casa pela primeira vez na história. Além disso, fê-lo aplicando a maior goleada de sempre numa final (5-0). Munique, a cidade onde Portugal hoje defronta a Alemanha nas meias-finais da Liga das Nações, não é uma cidade para ‘velhos’.







