O espaço do jogador fora do contexto de clube

O 23º Estágio do Jogador e o 1º Estágio da Jogadora, em Odivelas, destacam o compromisso do Sindicato dos Jogadores com a formação e reintegração de atletas no futebol. O Craques.pt apresenta uma reportagem especial, em vários capítulos, junto do Estágio do Sindicato dos jogadores.

O Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) continua a desempenhar um papel crucial no apoio à carreira dos atletas em Portugal. Com iniciativas como o Estágio do Jogador e, mais recentemente o Estágio da Jogadora, a organização demonstra o seu empenho em proporcionar oportunidades a futebolistas, maioritariamente, sem clube.

Este ano, a 23.ª edição do Estágio do Jogador e a inédita 1.ª edição do Estágio da Jogadora decorrem no, então, Campus do Jogador, em Odivelas, um espaço que se tornou um pilar para a preparação e qualificação de novos talentos e atletas experientes. A iniciativa não só oferece uma componente desportiva rigorosa, com treinos e jogos de exibição, mas também uma vertente formativa essencial para o futuro dos participantes. O espaço do jogador fora do contexto de clube.

Os estágios em Odivelas: uma oportunidade de reintegração

O Auditório João Lucas do Campus do Jogador, em Odivelas, foi, então, o palco da apresentação oficial da 23.ª edição do Estágio do Jogador e do 1.º Estágio da Jogadora. Este evento contou com a presença de figuras proeminentes do futebol português, como Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato dos Jogadores, Pedro Proença, presidente da Federação Portuguesa de Futebol, e João Vieira Pinto, embaixador da iniciativa.

Os estágios, que tiveram início a 16 de julho e se estendem até 29 de agosto, reúnem cerca de 25 jogadores e 15 jogadoras. O principal objetivo é integrar e dar visibilidade a atletas que se encontram sem clube no na pré-temporada. A equipa técnica é, então, liderada por José Pedro (equipa masculina) e Isabel Osório (equipa feminina).

A vertente formativa e o futuro dos atletas

Para além da componente desportiva, o SJPF aposta fortemente na formação dos atletas, preparando-os para os desafios dentro e fora dos relvados. Os programas de educação e formação visam, então, qualificar os desportistas para uma melhor integração em diferentes mercados de trabalho, seja durante ou após a carreira desportiva. Esta vertente é crucial, dado que a carreira de futebolista é, por natureza, limitada no tempo.

Entre os cursos oferecidos, destacam-se módulos sobre social media, literacia financeira, pedologia, saúde mental e curso de línguas. Estes programas demonstram a preocupação do Sindicato em dotar os atletas de ferramentas e conhecimentos. Muitos ex-jogadores já beneficiaram destes programas, prosseguindo estudos superiores em diversas áreas, como Medicina, Gestão, Engenharia e Desporto, evidenciando o sucesso da aposta do SJPF na formação integral dos seus associados.

O impacto do Sindicato na carreira dos jogadores

O SJPF, através de iniciativas como os estágios e os seus programas de formação, reafirma, então, o seu papel fundamental no apoio e desenvolvimento da carreira dos atletas. Ao oferecer a oportunidade de manter a forma física e técnica, o Sindicato contribui, então, significativamente para a valorização do futebolista. Os cursos e formações ajudam os atletas no ramo profissional e, mesmo, como indivíduos, preparando-os para uma transição após o término da carreira desportiva.

A nova vida do herói

O caso com maior sucesso foi o de Miguel Garcia, o herói de Alkmaar. O defesa ingressou no Estágio em 2009 sob comando de José Carlos, Joaquim Rebelo e Ranque Franque. Depois de ter passado tempos complicados devido a lesão, o jogador integrou o Estágio do Jogador e conseguiu dar outra vida à sua carreira.

O Olhanense foi o clube, então, escolhido pelo jogador formado no Moura e no Sporting. Depois de assinar pelos algarvios, Miguel Garcia ainda fez mais de 50 jogos entre Olhão e Braga. Foi no Sporting de Braga, dois anos depois do estágio, que jogou a final da Liga Europa em Dublin, em 2011. Depois de Portugal transferiu-se, então, para a Superliga Turca, Segunda Divisão Espanhola e, por fim, o futebol indiano.

O espaço do jogador fora do contexto de clube.