O vazio deixado por Thibault Courtois, guardião belga que rumou ao Real Madrid, revelou-se maior do que o esperado no Chelsea. A aposta em Kepa Arrizabalaga, o guarda-redes mais caro da história, marcou o início de um ciclo de instabilidade na baliza dos blues. A procura incessante por um ‘número 1’ fiável transformou-se numa odisseia dispendiosa e, em grande parte, infrutífera. A saga dos guarda-redes do Chelsea – um buraco negro de milhões.
Kepa Arrizabalaga chegou a Stamford Bridge em 2018, com o peso de uma transferência recorde de 80 milhões de euros. A expectativa era de que o jovem espanhol se tornasse o pilar da baliza do Chelsea por muitos anos. No entanto, a passagem de Kepa pelo clube foi marcada pela inconsistência, erros flagrantes e uma notória falta de confiança. Um percurso que culminou, então, na perda da titularidade.
Após duas épocas como titular, Kepa foi, então, relegado para o banco depois da chegada de Edouard Mendy. E apesar de ter recuperado algum espaço com Graham Potter, a sua performance nunca justificou o investimento avultado. O seu empréstimo ao Real Madrid, ironicamente para substituir o lesionado Courtois, sublinhou a sua incapacidade de se afirmar como solução a longo prazo para o Chelsea.
Edouard Mendy foi contratado em 2020, por 24 milhões de euros, com a missão de trazer estabilidade à baliza. O senegalês teve um impacto imediato, sendo crucial na conquista da Liga dos Campeões em 2020/21. A sua presença transmitia segurança e parecia, finalmente, ter resolvido o problema na baliza.
Contudo, Mendy caiu de rendimento nas épocas seguintes, com uma série de erros que o levaram a perder o lugar para… Kepa. Haveria de rumar, então, ao Al Ahli em 2023, por um valor a rondar os 20 milhões de euros. Representou uma perda financeira para o clube e a procura por um guarda-redes de topo nos londrinos voltava à estaca zero.
A passagem de Mendy pela baliza do Chelsea, embora com momentos de brilho, revelou-se demasiado curta para consolidar a posição.
Nos últimos anos, o Chelsea continuou a investir em guarda-redes, com apostas em Robert Sánchez e Djordje Petrovic em 2023, por um valor combinado de cerca de 40 milhões de euros. Sánchez, apesar de mais caro, tem tido problemas com lesões, enquanto Petrovic, que custou menos, tem mostrado maior regularidade. Mas sem convencer. Já as mais recentes aquisições foram Filip Jorgensen, por cerca de 25 milhões de euros, e o jovem Mike Penders, por 20 milhões.
Para se perceber esta autêntica saga, o Chelsea contratou, desde 2017, 10 guarda-redes com um custo aproximado de 200 milhões de euros. Um valor exorbitante para uma posição que continua a ser, então, um grande ponto de interrogação. A incapacidade de encontrar um substituto à altura de Courtois tem custado caro ao Chelsea, tanto em termos financeiros como desportivos, evidenciando uma clara má gestão neste setor crucial do plantel.
A última aposta parecia apontar para Mike Maignan, que o Chelsea tentou contratar ao Milan até ao dia 10 de junho, de forma a contar com o internacional francês no Mundial de Clubes. Mas os rossoneri rejeitaram a proposta de 15M€ e, segundo a imprensa inglesa, os blues preferem agora esperar por janeiro, de forma a resgatar Maignan, que acaba contrato em junho de 2026, a custo zero.
Willy Caballero (2017) – Custo zero, 38 jogos
Kepa Arrizabalaga (2018) – 80M€, 163 jogos
Robert Green (2018) – Custo zero, 0 jogos
Edouard Mendy (2020) – 24M€, 106 jogos
Marcus Bettinelli (2021) – Custo zero, 1 jogo
Gabriel Slonina (2022) – 9M€, 0 jogos
Robert Sánchez (2023) – 23M€, 55 jogos
Djordje Petrovic (2023) – 16M€, 31 jogos
Mike Penders (2024) – 20M€, 0 jogos
Filip Jorgensen (2024) – 24,5M€, 23 jogos
Total: 196,5M€