
João Bravim tornou-se um verdadeiro talismã no futebol português. Em apenas sete temporadas, subiu de escalão nada menos do que cinco vezes, passando de distritais quase anónimas até à Primeira Liga, onde chegou, então, com o Alverca em 2025. Um percurso raro, quase inédito, e que reflete não só a sua consistência entre os postes, mas também a sua capacidade de liderança e resiliência competitiva. Mas promete não ficar por aqui. Bravo, Bravíssimo, Bravim – o guardião das subidas. O guarda-redes brasileiro de 26 anos, ligado ao Santa Clara, foi agora cedido à União de Leiria, que já assumiu, então, querer subir à I Liga em 2025/26.
A história de Bravim em Portugal começou longe dos holofotes. Em 2018/19, ainda no Alverca, ajudou a equipa a subir à 2.ª distrital de Lisboa, numa altura em que o clube começava a reerguer-se das cinzas. Um ano depois, novo salto: em 2019/20, nova subida, agora para a 1.ª distrital, novamente ao serviço da formação ribatejana.
O seu talento começou a chamar a atenção e, em 2021/22, fez, então, parte do plantel do Casa Pia que protagonizou uma das campanhas mais surpreendentes da década. Subiu à Primeira Liga após 83 anos de ausência do clube lisboeta no topo do futebol português. Bravim esteve lá, mais uma vez a fazer parte de um grupo que escrevia história.

E em 2023/24, já de volta ao Alverca, foi figura de destaque na subida à Liga Portugal 2, com exibições seguras e decisivas, no conjunto orientado, então, por João Pereira. Mas não ficou por aí: na época seguinte, já sob comando de Vasco Botelho da Costa, Bravim foi simplesmente imperial. Com reflexos apuradíssimos, o guardião recebeu o prémio de melhor guarda-redes da Liga 2, após ser um dos grandes pilares da subida à Primeira Liga do Alverca.
O sucesso do Alverca na última temporada não se explica sem João Bravim. Foi ele quem segurou resultados, deu voz à defesa e apareceu nos momentos de maior pressão. Frio, maduro, decisivo. Para muitos, já merecia ter dado o salto mais cedo, mas preferiu, então, deixar os factos falarem por si.
No total, Bravim foi titular em 33 jornadas, cumprindo 10 partidas sem golos sofridos. Os prémios individuais foram consequência natural da sua consistência.
Agora, ligado contratualmente ao Santa Clara, João Bravim segue por empréstimo para a UD Leiria, também na Liga Portugal 2.

Um novo desafio, mas a missão é-lhe, então, familiar: subir à I Liga. Num clube ambicioso, com uma massa adepta forte e uma história bastante vasta de Primeira Liga, o guarda-redes brasileiro leva consigo não só a experiência, mas um hábito raro. O de fazer parte de equipas que sobem de divisão.






