Equipa feminina do Barreirense quer “fazer o que ainda não foi feito”

O bom arranque de época tem motivado jogadoras e equipa técnica do futebol feminino do Barreirense. O coordenador Luís Costa mostra-se agradado com o trabalho do seu adjunto na equipa técnica, Adelino Deus, e todos esperam que esta seja uma época de afirmação definitiva dentro e fora do clube.

A equipa de futebol feminino do Barreirense está a fazer um grande arranque de temporada e às duas vitórias na 1ª fase da 4ª divisão já juntou um triunfo na 1ª eliminatória da Taça de Portugal. Ainda há um longo caminho a percorrer esta temporada, mas as primeiras impressões são positivas e Luís Costa, coordenador do futebol feminino e treinador principal, mostra-se agradado com a chegada do adjunto Adelino Deus e as apostas no reforço do plantel. “Gosto muito da forma de estar do Adelino. Já tínhamos boa impressão dele, mas é uma pessoa organizada e tem galvanizado esta equipa”, refere o técnico principal. A missão está delineada dentro do balneário: a equipa feminina do Barreirense quer “fazer o que ainda não foi feito” e deixar uma marca no futebol feminino esta época.

Quem o diz é a capitã Jéssica Caliço. “Este bom arranque deve-se principalmente às atletas e a quem nos dirige. Tanto o Luís como o Adelino acreditam muito em nós e levam a que tenhamos vontade de chegar mais longe em cada jogo. No que depender de nós e dos misters, queremos fazer algo único e que marque a diferença. Seria a forma perfeita de provar o que valemos”, explicou, ao Craques, a líder do Grupo.

Com futebol feminino desde que, em 2015, Luís Costa apresentou, então, o projeto à direção e o viu ser aprovado, este tem superado diversos obstáculos. “A partir de 2017, passámos a ter todos os escalões de formação. Mas a equipa tem vindo a crescer. Esta época? O objetivo é ganhar o próximo jogo. Não vamos assumir a subida como meta”, defendeu.

De Azeitão para o Barreiro

Depois de dois anos a treinar escalões de formação masculinos, Adelino Deus rumou ao Seixal na época passada para assumir a equipa feminina. Contudo, o projeto não avançou por outros motivos e, já no início desta época, Deus integrou o Brejos de Azeitão, mas acabou por ser indicado por algumas jogadoras do Barreirense a Luís Costa. A equipa técnica foi formada e o adjunto ainda levou com ele algumas jogadoras para reforçar o plantel.

Com um grupo de 23 jogadoras, só uma tem 30 ou mais anos, o que representa, então, uma aposta vincada na juventude. A irreverência própria dessa idade já deu frutos. O Barreirense bateu o Seixal e o Olhanense por 2-1 e 3-1, respetivamente, para o campeonato e levou de vencida o Lusitano de Évora, por 2-1, para a Taça de Portugal. Um adversário que irá reencontrar na 1ª fase do campeonato. Na 2ª eliminatória da Taça de Portugal irá ter pela frente o vencedor do jogo entre o GD Ilha e o Mortuense.

“A equipa tem respondido muito bem ao que eu e o Luís lhes pedimos e as jogadoras estão determinadas a fazer uma boa época. Agora, vamos defrontar o Ferreiras, uma equipa bem organizada, mas a quem queremos ganhar para cimentar a nossa posição no grupo da 1ª fase”, explicou Adelino Deus ao Craques.

Formatos desafados e soluções propostas para análise

O Barreirense integra a Série M da 4ª Divisão, que engloba 5 equipas. Sendo que só o primeiro classificado e os 4 melhores segundos se apuram para a 2ª Fase, de Promoção à 3ª Divisão. E, para Luís Costa, este formato prejudica a evolução do futebol feminino.

“Sou contra este formato. São demasiadas séries, acabamos por jogar sempre contra as mesmas equipas e se não nos apurarmos, vamos disputar uma Taça que de nada serve. Estamos a falar de 12 séries, em que dez têm 6 equipas e duas só têm 5. Na 1ª fase só jogamos 8 jogos e se não nos apurarmos, qual é a motivação da equipa durante toda a época? Mais valia fazerem 5 séries de 12 equipas e assim já teríamos 22 jornadas antes da fase final”, defende.

Para além disso, Luís Costa e os demais dirigentes do Barreirense têm intercedido, então, junto da Câmara Municipal do Barreiro para ajudar os clubes locais a terem maior disponibilidade de campos. “Nós temos um único campo. Com tantas equipas de formação masculina e feminina, a nossa equipa sénior só treina às 21h30. As jogadoras acabam por chegar a casa às 23h e tal, não é fácil”, diz, acrescentando: “Temos falado com a Câmara para poder construir um Complexo Desportivo Municipal, tal como Amora ou Setúbal já têm. Teria um Estádio Municipal e um campo de apoio, geridos pela Câmara, onde as equipas seniores dos clubes do Barreiro – Barreirense e Fabril – treinavam. Isso iria libertar espaço para as equipas de formação.”