
Na altura, o treinador entendeu que virar o 0-3 de Alvalade em solo alemão seria missão praticamente impossível. Ainda assim, o Sporting empatou a zero em Dortmund, e Trincão começou aí uma sequência que se tornaria símbolo da sua dimensão: regularidade, confiança e classe.
A época de 2024/25 terminou como uma das mais brilhantes da sua carreira. Bicampeão nacional, vencedor da Taça de Portugal e campeão da Liga das Nações com Portugal, Trincão somou números de elite: 54 jogos em 55 possíveis pelos leões, 4.682 minutos, 11 golos e 17 assistências. Um rendimento de jogador total — aquele que decide, que constrói e que dá continuidade ao talento com que nasceu em Braga e refinou em Alvalade, depois de passagens por Espanha (Barcelona) e Inglaterra (Wolverhampton).

Já nesta temporada, o ritmo não abrandou. Em 14 jogos oficiais pelos leões, apenas um como suplente utilizado (frente ao Paços de Ferreira, para a Taça de Portugal), Trincão contabiliza 1.161 minutos, 5 golos e 2 assistências. Desde o tal jogo em Dortmund até ao recente descanso frente ao Alverca, nos quartos de final da Taça da Liga (leões, mesmo em poupança, golearam por 5-1), o extremo foi, de longe, o jogador mais utilizado por Rui Borges – o verdadeiro metrónomo ofensivo de um Sporting que respira à velocidade do seu drible.
Este breve descanso, o primeiro em mais de oito meses, é menos pausa e mais símbolo: o corpo pede fôlego, mas o futebol reconhece-lhe a importância. Trincão tornou-se um globetrotter verde e branco, presente em todas as frentes, a unir talento, entrega e maturidade. E quando regressar, como sempre, voltará com a mesma leveza e a mesma fome — a de quem joga por instinto, mas deixa marca por convicção.






