
Há histórias que se escrevem devagar, mas a de Nuno Moreira no Brasil está a ser escrita a galope. O avançado português, de 26 anos, nascido em Espinho e formado no Sporting, tornou-se uma das figuras mais consistentes do Vasco da Gama e um nome querido entre os adeptos do “Gigante da Colina”. Com o golo, na madrugada de terça-feira, frente ao Fluminense, completou um feito raro: marcou a todos os grandes rivais do Rio de Janeiro — Flamengo, Botafogo e Fluminense — com a camisola do Vasco.

Criado na Academia de Alcochete, Nuno Moreira cresceu sob a exigência do jogo apoiado e do rigor táctico que marcam a escola leonina. Depois de passagens pelo Vizela e pelo Casa Pia, decidiu arriscar e atravessar o Atlântico. Chegou ao Vasco da Gama determinado a afirmar-se e, pouco mais de sete meses depois, é uma das peças-chave de Fernando Diniz.
O treinador brasileiro não poupou elogios após o clássico com o Fluminense: “É um jogador de inteligência acima da média, um dos mais inteligentes com quem já trabalhei”, afirmou Diniz, rendido à leitura de jogo e maturidade do português.
Desde que chegou ao Brasil, Nuno Moreira soma 37 jogos oficiais, 9 golos e 7 assistências, distribuídos da seguinte forma:
Brasileirão Série A: 29 jogos, 2.117 minutos, 6 golos e 5 assistências
Copa do Brasil: 7 jogos, 488 minutos, 2 golos e 2 assistências
Campeonato Carioca: 1 jogo, 63 minutos e 1 golo (na estreia, frente ao Flamengo)
O primeiro golo, precisamente contra o Flamengo, abriu-lhe as portas do coração vascaíno. Seguiram-se os tentos diante do Botafogo e agora do Fluminense, selando o estatuto de “carrasco dos rivais” e consolidando a sua importância no ataque cruzmaltino.

No Rio, Nuno Moreira é visto como um jogador de equipa, trabalhador, inteligente e tecnicamente dotado. Soube adaptar-se ao estilo brasileiro sem perder o sentido táctico europeu e conquistou o respeito de adeptos e colegas.
Aos 26 anos, o antigo leão de Alcochete vive o melhor momento da carreira. No calor e na paixão do futebol carioca, Nuno Moreira encontrou o seu palco e o Vasco da Gama descobriu num português de toque fino e alma lutadora um novo ídolo — um jogador à altura da mística de São Januário.






