
A estabilidade é, em tudo na vida, o primeiro passo para que tudo possa correr de uma forma mais segura. Contudo, um treinador de futebol sabe que “tem de ter sempre a mala feita” porque são os resultados que vão ditando a sua continuidade ou a saída. Há contextos mais pacientes e menos pacientes: se, no Brasil, a paciência para obter bons resultados é muito curta, já no futebol europeu é dado, em média, um maior tempo de trabalho para que o treinador tenha sucesso. E, neste Mundial de Clubes, há vários treinadores com “muitos anos de casa”. Apresentamos, então, os bancos mais ‘quentes’ do Mundial de Clubes, sendo que todos os quatro técnicos com maior longevidade nos respetivos clubes foram, então, antigos futebolistas e dois deles de classe mundial.
Os técnicos que estão a disputar a nova competição da FIFA e ao serviço do mesmo clube há mais tempo são, então, Diego Simeone (Atlético Madrid), Pep Guardiola (Manchester City), Brian Schmetzer (Seattle Sounders) e o português Abel Ferreira (Palmeiras).

O trabalho de reconstrução de Simeone no Atlético de Madrid é inegável. Chegou aos rojiblancos a 23 de dezembro de 2011 e, desde então, catapultou o Atlético para patamares elevados do futebol espanhol e europeu. Com Simeone, os colchoneros deixaram de andar pela metade da tabela do campeonato espanhol e passaram a discutir títulos e… a ganhá-los. Após ter jogado no clube, Simeone guiou o Atleti à conquista de duas Ligas espanholas, duas Ligas Europa, duas Supertaças Europeias, uma Taça do Rei e uma Supertaça de Espanha. E perdeu duas finais da Liga dos Campeões. O Atlético ‘colou-se’ a Real Madrid e Barcelona e é, já há vários anos, um dos clubes mais apetecíveis e competitivos da Europa.

A verdadeira metamorfose do Manchester City deu-se com a entrada de Pep Guardiola no clube inglês. Suportado pelo investimento árabe, Guardiola construiu equipas competitivas e com um futebol enleante e avassalador, capaz de criar uma hegemonia na Premier League. Algo que parecia impossível há alguns anos. Desde 1 de fevereiro de 2016 no comando dos citizens, Guardiola já conquistou 18 troféus, entre eles, 6 Premier League (4 consecutivas), uma Liga dos Campeões, uma Supertaça Europeia e um Mundial de Clubes. Chega a este Mundial após uma época complicada, em que ganhou apenas a Supertaça de Inglaterra. Viu o Liverpool sagrar-se campeão e perdeu a final da Taça de Inglaterra para o Palace. A redenção poderá estar na reconquista da nova edição do Mundial de Clubes.

Brian Schmetzer foi um médio-ofensivo/avançado no futebol dos Estados Unidos nos anos 80 e 90 e quis, então, o destino que depois se tornasse adjunto do Seattle Sounders, primeiro clube onde jogou na carreira. Foi adjunto de Sigi Schmid nos Sounders, de 2009 a 2015 e assumiu o comando da equipa, de forma interina, a 26 de julho de 2016, após a saída de Schmid. O apuramento da equipa para os playoffs da MLS em 2016 levou, então, o clube a confirmá-lo como treinador principal e Schmetzer não tem desiludido. O técnico, natural de Seattle, já guiou o clube à conquista de 4 Conferências Oeste, duas MLS e, ainda, a Champions da Concacaf, em 2022. O Seattle Sounders foi apenas o 3º clube dos Estados Unidos a ganhar esta competição, depois do DC United (1998) e LA Galaxy (2000).
Abel Ferreira [foto no topo] foi anunciado como novo treinador do Palmeiras a 30 de outubro de 2020 e o clube sofreu, então, uma reviravolta. O antigo jogador de Sp. Braga e Sporting, entre outros, transformou o Verdão numa equipa muito competitiva e ganhadora. Com Abel ao leme, o Palmeiras já ganhou, então, dois campeonatos brasileiros, duas Copas Libertadores, uma Taça do Brasil (foi o primeiro estrangeiro a ganhá-la), três campeonatos paulistas, uma Recopa Sul-Americana e uma Supertaça do Brasil. Nestes quase 5 anos, Abel tornou o Palmeiras num candidato “a tudo” e, neste Mundial de Clubes, tentará ‘vingar’ a derrota na final do Mundial de 2021, diante do Chelsea.






