
Pedro Resende, de 48 anos, escreveu o seu nome na história do futebol luxemburguês ao conquistar esta temporada o bicampeonato e a taça com o Differdange. Mas tudo começou em 2003/04, quando saiu de Portugal ainda enquanto jogador. O agora técnico português, que admitiu ao Craques.pt que não vai continuar no clube na próxima época, alcançou o título a cinco jornadas do fim. E usufruindo de uma vantagem de 18 pontos sobre o segundo classificado, o UNA Strassen. Com apenas nove golos sofridos nas competições nacionais, o Differdange estabeleceu-se como a equipa com a melhor defesa da Europa. Questionado sobre este feito, foi claro. “Não dou primazia ao processo defensivo, dou, antes, importância a ter uma equipa organizada e equilibrada nos dois momentos”, disse, em conversa com o Craques. Pedro Resende – o chefe da melhor fortaleza da Europa.
Esta solidez defensiva foi fundamental para as conquistas alcançadas esta temporada, mas o treinador português sublinha que tudo é resultado de um aprimorado trabalho coletivo: “Talvez por o grupo ser mais pequeno, senti mais compromisso.”
“Sem dúvida, esta foi a minha melhor temporada. Não só pelas conquistas internas mas também pelos recordes europeus e mundiais que conseguimos bater”, contou-nos. O Differdange sagrou-se campeão com cinco jornadas de antecedência, demonstrando uma superioridade incontestável no campeonato luxemburguês. Nas 30 jornadas da BGL Ligue, a equipa comandada pelo português venceu 25 jogos, empatou três e perdeu em duas ocasiões. E sofreu apenas sete golos no campeonato.

O percurso na taça foi igualmente dominante. Nos seis jogos disputados, só sofreu golos na final (2) – o único jogo da prova em que não ganhou no tempo regulamentar. Mas fê-lo através dos penáltis, batendo o eterno rival Dudelange (2-2, 5-4 g.p.).
A chegada de Pedro Resende ao Luxemburgo teve uma motivação familiar: “A minha esposa já tinha vivido no Luxemburgo e tomámos, então, a decisão de vir para aqui”. Sobre as condições que o país oferece em comparação com Portugal, o treinador é direto: “Financeiramente talvez seja melhor no Luxemburgo, se falarmos de um contexto de Liga 3, e o facto de poderes fazer jogos europeus.”

A transição de jogador para treinador aconteceu, então, de forma natural para Pedro Resende: “O meu objetivo sempre foi ser treinador”, afirma.
Apesar do sucesso alcançado, Pedro Resende surpreendeu, então, tudo e todos ao revelar diretamente que não continuará no comando técnico do clube: “Não vou continuar no Differdange.” Quanto aos seus planos futuros, o treinador mantém as opções em aberto: “Regressar a Portugal ou ir para outro país, mas com um contexto profissional.”
O legado de Pedro Resende no Differdange fica, então, marcado não apenas pelos títulos conquistados, mas também pela forma como elevou o clube a um patamar nunca antes alcançado. O técnico deixou, assim, uma marca indelével no futebol luxemburguês e, de certa forma, europeu, com uma defesa férrea – a melhor da Europa, contabilizando todos os campeonatos, considerando total de golos sofridos e a média por jogo. E leva duas medalhas esta época.







