Este defeso tem sido agitado por toda a Europa, mas em Dortmund reina uma gestão mais prudente. O clube alemão já investiu 31 milhões de euros em reforços, mas conseguiu encaixar 78 milhões em vendas, apresentando assim um saldo bastante positivo. Apesar de o clube estar financeiramente equilibrado, a direção decidiu adotar uma postura cautelosa no mercado, e o motivo é para lá de surpreendente. E que a área de restauração do Signal Iduna Park, casa do Borussia amarelo e preto, passou, então, por uma profunda remodelação. Dortmund reforça-se com uma cozinha de 11M€.
Após uma inspeção realizada no ano passado, o espaço foi classificado como “desatualizado e inadmissível” para um estádio de topo. Resultado: uma renovação total da cozinha, com equipamentos modernos e infraestruturas redesenhadas para servir jogadores, staff e adeptos com maior eficiência e qualidade.
O custo da obra? 11 milhões de euros. Uma quantia que, no contexto do futebol, poderia representar a contratação de um avançado promissor ou de um reforço de algum peso para o plantel. Aliás, a imprensa alemã não deixou de notar que essa verba poderia ter sido canalizada para a compra do avançado português Fábio Silva, jogador por quem já viu o Wolverhampton rejeitar três propostas. Mas feitas as contas, depois de Jobe Bellinham (30,5M€) e Yan Couto (20M€), a cozinha nova foi o 3º reforço mais caro do Dortmund…
A direção do Dortmund, no entanto, defende a aposta. Argumentando, então, que as condições de trabalho e de alimentação no estádio têm impacto direto no bem-estar e no rendimento de todos os que lá trabalham. A administração reforçou ainda que este é um investimento de longo prazo na infraestrutura do clube. A Yellow Kitchen é, então, defendida por todos.
Num futebol cada vez mais marcado por gastos avultados em jogadores, a opção do Dortmund mostra a essência da gestão desportiva e o porquê de ser um clube diferente. Fora das quatro linhas, e, neste caso em concreto, entre tachos e panelas.