Irmãos Paçó – jovens, ídolos e exemplo para muitos

CraquesCraquesFutsal4 meses atrás617 Visualizações

Os irmãos Paçó fazem parte do plantel de futsal do Sporting que, só esta temporada, já conquistou a Taça de Portugal e a Taça da Liga. O fenómeno dos gémeos nascidos em 2000 começou cedo, nos escalões de formação, local onde inspiram e trazem sonhos aos jovens da modalidade.

Tomás e Bernardo Paçó, irmãos gémeos de 24 anos, começaram a jogar futsal no Grupo Recreativo Olival de Basto (GROB), em Odivelas, um clube habituado às competições distritais. Mas depois de um ano a viverem em Angola, e de regresso ao GROB, deram nas vistas e foram parar ao caderno de observações do olheiro sportinguista Pedro Miguel. Daí até chegarem aos quadros do Sporting foi um passo, entrando pelo então novo escalão do clube, os sub-13. Irmãos Paçó – jovens, ídolos e exemplo para muitos.

Os irmãos Paçó começaram, depois, a fazer parte dos planos de Nuno Dias, o treinador da equipa principal do futsal leonino, em 2017/18, altura em que começaram a ter mais presenças nas fichas de jogo. Quem se estreou primeiro foi o guarda-redes, Bernardo, frente ao Unidos Pinheirense, em novembro de 2017.

O início do ‘Oliver e Benji’ a verde e branco

Os irmãos Paçó já admitiram que, quando mais novos, brincavam um com o outro chamando-se de Oliver e Benji, popular série de desenhos animados japonesa que retrata jovens apaixonados por futebol. Um jogava à frente e o outro era o guarda-redes e até os pais e os amigos entravam na brincadeira.

Foi em 2011/12 que o sonho verde e branco começou. Ao comando de João Santos, os Paçó estrearam e estrearam-se no escalão de infantis do futsal do Sporting, que foi criado nessa temporada. Foi nessa época que começaram a ganhar juntos e a chamar a atenção dos escalões acima, sendo, ocasionalmente, chamados para integrarem as equipas dos mais velhos.

A estreia de Bernardo na equipa principal deu-se quando ainda tinha idade de juvenil na temporada 2017/18. À entrada para a jornada 10 do campeonato, os guarda-redes Marcão e André Sousa não estavam disponíveis, pelo que Gonçalo Portugal era, então, o único guardião disponível para Nuno Dias. A decisão surgiu naturalmente e Bernardo foi convocado para esse jogo.

Numa entrevista ao podcast oficial do Sporting, “ADN de Leão”, o guarda-redes admitiu a convocatória o obrigou a correr muito… uma vez teve um jogo do seu escalão no mesmo fim-de-semana e para conseguir chegar a tempo ao desafio do plantel sénior teve de apanhar um avião até ao Porto, onde os leões jogaram com o Unidos Pinheirense (vitória por 8-1).

Já Tomás, admitiu, em entrevista ao site Mais Futebol que só começou a jogar mais nos sub-17, uma vez que até lá nunca teve muito tempo de jogo. A estreia na equipa principal deu-se, por isso, mais tarde que a do irmão, ou seja, quando já era júnior (sub-19), frente ao Leões Porto Salvo, em casa, no dia 19 de outubro de 2019.

Impacto imediato no futsal sénior

Embora tenha começado a ter mais minutos apenas algumas temporadas mais tarde, foi Tomás quem assumiu mais rapidamente o protagonismo, enquanto sénior. Na temporada 2020/21, o jogador da frente foi opção mais vezes e até esteve na campanha da conquista da Liga dos Campeões. Já o irmão não foi convocado na fase final da competição.

Nessa temporada o fixo foi também chamado para representar a Seleção Nacional. Em 2021, antes do arranque da temporada seguinte, Tomás esteve no lote de Jorge Braz para o mundial da Lituânia, onde Portugal saiu como vencedor.

No início de 2022, Tomás Paçó foi também convocado para o Europeu da Holanda. Portugal ganhou e o jovem atleta do Sporting até marcou na final, frente à Rússia. Basicamente, em menos de dois anos, Tomás Paçó ganhou tudo a nível nacional e internacional, pelo Sporting e pela Seleção.

Desde 2020, o ano em que se começou, de facto, a afirmar-se na equipa principal do Sporting, o fixo conquistou dez títulos, tendo pertencido ao elenco noutras quatro conquistas quando ainda não era preponderante – isto, apenas, ao serviço dos leões.

Recentemente, foram cruciais para a conquista da 10.ª Taça de Portugal do Sporting. No rescaldo desta prova, ainda foram incluídos na equipa ideal da final desta prova. O que mostra a afirmação dos gémeos no plantel principal dos leões.

Pilares e referências na base modalidade

Os gémeos, já estão, atualmente, no mesmo patamar de muitas estrelas internacionais da modalidade. Tanto Tomás como o Bernardo fazem parte das primeiras escolhas de Nuno Dias, no Sporting. Mais recentemente, estão juntos na Seleção Nacional, de Jorge Braz. Este último começou a apostar no guarda-redes para os quadros internacionais. Estes dois exemplos são das maiores referências da modalidade para muitos atletas que estão a tentar trilhar o caminho, rumo aos grandes palcos.

O Craques.pt esteve à conversa com Rodrigo Damil, atual treinador das escolinhas de formação do futsal do Sporting. Também ele passou pelo GROB. No entanto, a primeira equipa onde começou a dar treinos foi no Jardim da Amoreira, com 16 anos (há oito anos). Entrou na época 2023/24 no Sporting, como treinador estagiário. Atualmente, é o treinador dos Infantis C. Esta equipa é composta por benjamins de 2º ano, com 11 anos. Ou seja, é um escalão acima do suposto.

A importância do lado humano

Para Rodrigo Damil é “muito importante” que os clubes utilizem, então, exemplos de “sucesso” no dia a dia. “A formação não vê só o rendimento desportivo, mas também o lado humano, algo notório nos gémeos Paçó”, apontou. O exemplo dos gémeos é, por isso, apontando aos mais novos “para trabalharem melhor e terem mais dedicação na modalidade, para que queiram progredir até serem profissionais”, independentemente do escalão ou do clube de onde são provenientes.

Rodrigo Damil treina nas escolinhas dos leões

A formação não vê só o rendimento desportivo, mas também o lado humano. E nisso os irmãos Paçó são vistos como exemplo para os mais novos trabalharem melhor e terem dedicação à modalidade

Rodrigo Damil (treinador das escolinhas de futsal do Sporting)

Rodrigo reiterou ainda que é “muito importante ter pessoas de referência na modalidade”, nomeadamente, caso o clube tenha formado o ídolo. O treinador, que tem o nível 1 UEFA C, deu o exemplo de um jovem guarda-redes que treina em Alvalade e que vê Bernardo Paçó como ídolo: “É o fã número um dele e tenta imitá-lo nos treinos e em algumas atitudes nos jogos. Por isso, tê-lo no clube motiva-o muito”, finaliza.

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