
Filho da escola de pilotos da Mercedes, Andrea Kimi Antonelli surgiu cedo nos holofotes do desporto automóvel. Desde os tempos do karting que o seu talento era inegável, e à medida que foi subindo degraus nas fórmulas de promoção, foi consolidando o seu estatuto como uma das promessas mais sólidas da nova geração. O que levou muita gente a compará-lo ao fenómeno brasileiro, Ayrton Senna. Não apenas pelo cabelo encaracolado que o caracteriza, mas sobretudo pela condução agressiva que o destacou desde muito cedo. A aposta da Mercedes em promovê-lo diretamente à F1, sem sequer passar pela Fórmula 2, gerou algum ceticismo, mas os resultados têm falado por si. Kimi Antonelli: o sucessor de Hamilton que brilha entre os novatos da Fórmula 1.
Apesar de estar ainda numa fase de transição, dado que até há bem pouco tempo ainda dividia o tempo entre os circuitos e os estudos, Antonelli tem demonstrado uma maturidade impressionante dentro e fora da pista. Durante a primeira metade da temporada de Fórmula 1, o piloto italiano teve que conjugar os deveres académicos com a exigência e pressão da sua carreira na elite do desporto automobilístico.
Porém, a verdade é que o seu desempenho em pista tem sido igualmente notável. Antonelli tem somado pontos de forma consistente ao longo da temporada, demonstrando velocidade pura, inteligência estratégica e uma capacidade de adaptação acima da média. Mesmo enfrentando os desafios naturais de um jovem, o piloto da Mercedes tem conseguido, então, manter-se firme frente a veteranos. E até mesmo frente ao seu próprio colega de equipa, George Russel.

No entanto, e como é natural, Kimi ainda demonstra alguma inexperiência própria da idade. E esta ficou evidente no percalço que teve durante o Grande Prémio da Áustria, onde um infeliz incidente levou ao seu abandono, após uma colisão com ninguém menos que o tetracampeão Max Verstappen.
O toque, que acabou por retirar ambos da corrida, gerou algum burburinho nos bastidores, mas nada que não se tivesse resolvido rapidamente. Ainda assim, o episódio teve pouco impacto na sua liderança entre os novatos, graças à ampla vantagem pontual que já havia construído.

De recordar que Kimi tornou-se, então, no piloto mais jovem de sempre a assegurar uma Pole Position para uma corrida sprint (Miami). E também o mais jovem a liderar o grande prémio de Suzuka, superando o registo impressionante de Max Verstappen, por três dias. O neerlandês tinha-o feito com 18 anos e 228 dias de vida, mas o italiano estabeleceu nova marca, com 18 anos e 225 dias.
Entre os restantes, os destaques têm que ir para Hadjar e Jack Doohan. O piloto da Racing Bulls é, então, o segundo com mais pontos conquistados. Enquanto o antigo piloto da Alpine foi afastado da grelha após uma sequência paupérrima de resultados nas primeiras cinco corridas da temporada. Por isso, foi, então, o único que não conquistou qualquer ponto na presente temporada, a par do seu substituto Franco Colapinto.
Já Liam Lawson que tinha sucedido a Sérgio Pérez na Red Bull, mas fora afastado também por maus resultados, conseguiu dar a volta por cima. E, ao ter trocado de lugar com Yuki Tsunoda, o que levou o japonês para o lado de Max Verstappen e o neozelandês para a Racing Bulls, provou que se calhar o problema era mesmo o carro. Porque por mais chocante que seja, o jovem encontra-se, então, à frente do piloto secundário da marca austríaca, com mais dois pontos conquistados até à data.

A solidez de Antonelli em 2025 não é apenas promissora, é histórica. A Mercedes parece ter entre mãos um diamante por lapidar, com potencial para disputar títulos num futuro não muito distante. E o italiano pode mesmo vir a ser a aposta da marca a longo prazo, para render a saída do britânico Lewis Hamilton.
Se os primeiros capítulos da sua história na F1 são alguma indicação, o nome de Andrea Kimi Antonelli poderá muito bem tornar-se uma presença constante no topo do desporto durante os próximos anos.






