Estabilidade traz reconhecimento – Ian Cathro, Vasco Matos, Tiago Margarido e João Pereira

CraquesCraquesFutebol3 meses atrás218 Visualizações

Estes são os ‘quatro mosqueteiros’ do futebol português. Os únicos treinadores que cumpriram toda a época passada e vão, então, arrancar ao serviço do mesmo clube em 2025/26. Um claro sinal de estabilidade e do bom trabalho desenvolvido ao serviço de Estoril, Santa Clara, Nacional e Casa Pia.

A temporada 2025/26 está prestes a começar e, olhando para o panorama dos clubes da Liga Portugal, já há mudanças no comando técnico de vários. Mas a estabilidade será, inevitavelmente, um trunfo para atacar a próxima época com a máxima ambição. Ainda assim, só há quatro treinadores que cumpriram toda a época passada num clube e vão arrancar a próxima ao serviço do mesmo. Uma coisa é certa. Estabilidade traz reconhecimento: Ian Cathro, Vasco Matos, Tiago Margarido e João Pereira.

Os técnicos de Estoril, Santa Clara, Nacional e Casa Pia, respetivamente, realizaram trabalhos notáveis em 2024/25 e não é, então, por acaso que os seus nomes começam a entrar nas opções de outros clubes mais poderosos sempre que algum destes despede o treinador.

Ian Cathro – o escocês bem-disposto que catapultou o Estoril

Na sua primeira experiência como treinador principal, Ian Cathro levou o Estoril a alcançar 46 pontos na Liga Portugal, o que constituiu o 3º melhor registo de sempre do clube canarinho. Para época de estreia, o trabalho foi de excelência, tendo ficado apenas atrás de Marco Silva (54 pontos em 2013/14) e Fabiano Soares (47 em 2015/16).

Além disso, o Estoril de Cathro teve o 5º melhor ataque do campeonato (48 golos marcados) e terminou a prova no 8º lugar. Precisamos, então, de recuar à época 2014/15, para ver o Estoril em melhor posição (4º, com Marco Silva).

Além disso, todos estes números são alicerçados numa proposta de jogo atrativa e ambiciosa. O Estoril procura as saídas de jogo desde trás, praticando um futebol com largura e olhos postos na baliza adversária. E foi esta filosofia que lhe valeu alguns excelentes períodos esta época, como as cinco vitórias seguidas em janeiro e início de fevereiro, integradas numa sequência de oito jogos sem perder.

Com Pedro Álvaro como patrão de uma defesa a três, a equipa contou ainda com o virtuosismo de Holsgrove e a magia do português João Carvalho, potenciado por Cathro e eleito melhor médio da Liga Portugal. No ataque brilharam Marqués e Begraoui, ambos com 11 golos.

Vasco Matos – o técnico que trouxe o Santa Clara até à Europa

Vasco Matos não só cumpriu toda a época passada no Santa Clara como também já havia orientado o clube em 2023/24, quando operou a subida à Liga Portugal. Depois de ter sido protagonista na Liga 2, muito poucos esperariam uma época tão convincente da águia dos Açores entre os grandes do futebol português. Mas o arranque de campeonato mostrou, desde logo, quem era (ou poderia ser) este Santa Clara. Uma equipa bem preparada, com uma sólida estrutura defensiva e a saber explorar as faixas laterais e as chegadas à área adversária, sempre sem comprometer o equilíbrio da equipa.

Por isso é que, nas primeiras sete jornadas, o Santa Clara somou logo cinco vitórias. As únicas duas derrotas nessa série foram sofridas frente a FC Porto e Benfica. E daí para a frente, reinou a regularidade de resultados. A equipa de Vasco Matos nunca esteve mais de dois jogos seguidos sem somar pontos na Liga.

A vitória (1-0) em Alvalade, sobre o campeão Sporting, ou o empate (1-1) no Dragão foram dois momentos gloriosos numa época que terminou com uma forte ponta final. E Vasco Matos levou mesmo o Santa Clara à Europa.

Tiago Margarido – um crescimento gradual no Nacional

Tiago Margarido foi outro exemplo de como a estabilidade, mais tarde ou mais cedo, traz resultados. O Nacional, pese embora a boa proposta de jogo apresentada em campo, havia subido com o técnico em 2023/24, mas não teve um bom arranque em 2024/25.

Ainda assim, paulatinamente, o Nacional foi crescendo durante a época e mostrando uma maior consistência. A vitória sobre o Santa Clara de Vasco Matos, no início de novembro, terá mesmo sido um ‘clique’ na época. Até porque, de 4 de novembro de 2024 a 15 de fevereiro de 2025, só por uma vez é que a equipa esteve dois jogos sem pontuar, tendo alcançado 4 vitórias e 3 empates nesse período.

O ponto alto desse período registou-se, então, a 12 de janeiro de 2025, em que o Nacional de Tiago Margarido bateu o FC Porto (2-0). A equipa ganhou confiança, aprimorou os processos de jogo que visavam uma proposta ofensiva, com trocas de bola constantes e exploração de ataques rápidos. É por isso que, tal como Cathro ou Matos, também o nome de Tiago Margarido é apontado a outros palcos de maior dimensão.

João Pereira – o líder da revolução silenciosa do Casa Pia

A saída de Filipe Martins do comando do Casa Pia levou o clube a escolher João Pereira para assumir o projeto de estabilização entre os grandes do futebol português. O técnico que havia subido o Alverca à Liga 2 teve de enfrentar uma autêntica revolução no plantel. Nomeadamente, a saída de algumas das grandes figuras do plantel anterior, como Varela, Ângelo Neto, Felippe Cardoso ou Yuki Soma.

Mas com bons reforços recrutados, João Pereira pôs mãos à obra e foi inteligente. Manteve a proposta de jogo da equipa, solidificou o 3x4x3 e a equipa seguiu o seu caminho. O arranque foi difícil – três derrotas seguidas a abrir – mas a vitória na Reboleira, à 4ª jornada, fez com que a equipa estabilizasse o seu jogo e, sobretudo, a nível emocional.

Os gansos, que voltaram a fazer uma época “com a casa às costas”, conseguiram apresentar uma notável regularidade de resultados. O ponto alto foi, então, o triunfo caseiro (3-1) sobre o Benfica, a 25 de janeiro de 2025. A equipa assentou o seu jogo numa sólida estrutura defensiva, um meio-campo criativo e um ataque experiente, cuja maior figura foi Cassiano.

Quatro técnicos com trabalhos de excelência desenvolvidos em clubes de média dimensão na Liga Portugal. Se tudo correr normalmente, o futuro será deles. À atenção dos grandes e de clubes de média/alta dimensão, os quatro mosqueteiros vão partir para mais uma época no Estoril, Santa Clara, Nacional e Casa Pia. Mais tarde ou mais cedo, a estabilidade traz reconhecimento.

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