
Nuno Mendes chama, neste momento, todas as atenções para si próprio. À época de alto nível que fez ao serviço do PSG, acrescentou duas exibições monumentais na final-four da Liga das Nações e ‘levou’ Portugal à vitória. Aliando uma grande capacidade técnica e física, o lateral-esquerdo foi determinante frente à Alemanha e Espanha, ‘secando’ o prodígio Lamine Yamal. O Craques falou, então, com o técnico que o promoveu aos Sub-17 no Sporting e o projetou para a equipa principal. E elogios não faltam àquele que hoje já é considerado por muitos como o melhor lateral-esquerdo do Mundo. João Couto: “Nuno Mendes sempre teve uma dimensão genética extraordinária”.

Tudo aconteceu, então, no decorrer da época 2018/19. “Foi comigo que ele arrancou, digamos assim. Eu treinava os Sub-17 do Sporting, mas, naquela altura, os treinadores dessas idades eram treinadores de projeto. Conhecíamos todos os jogadores desde o estádio universitário até à entrada nos seniores. O Nuno era sub-16 na altura e o Marco Santos era, então, o treinador. Trabalhávamos em comum”, conta.
Antes de abordar, então, as suas principais características. “E o Nuno já tinha alguns aspetos interessantes que um treinador identifica de imediato. Tinha uma capacidade física extraordinária e a chamada fibra branca. Que é a mais explosiva e rápida. Já era dos jogadores mais rápidos que eu alguma vez vira”, disse.
A força mental de Nuno Mendes e o foco que sempre mostrou foram virtudes apontadas ao lateral-esquerdo, de 22 anos. “Partiu o pé, penso que o esquerdo. Em Loures, no segundo poste, num buraco no relvado. Mas recuperou muito bem e fez uma fase final incrível comigo. Fortíssimo. O Nuno Mendes tem, pelo menos, duas dimensões muito grandes. Tem muito bom fundo, bom miúdo e muito atento. Está sempre focado”, explicou.

O lateral mostrava, na altura, algumas lacunas a nível defensivo, “normais para aquela idade”, mas conseguiu colmatá-las, então, com o crescimento competitivo: “O facto de ele ter dado o salto para o PSG e defrontar equipas de alto gabarito, sobretudo na Champions, deu-lhe dimensão competitiva. Defensivamente, ele precisava de melhorar naquela altura, era mais forte ofensivamente. Mas evoluiu bastante. Nesta Liga das Nações, não deu qualquer hipótese ao Lamine Yamal.”
A velocidade e forte capacidade ofensiva que mostrava levaram João Couto a apostar, então, em Nuno Mendes, muitas vezes, como extremo. “Houve jogos em que até o pus a extremo-esquerdo. Ele sempre foi melhor ofensiva do que defensivamente. Tínhamos na altura nuances táticas em que os laterais vinham para outros patamares. Faz parte do naipe de condimentos que se aprende”, indica.
E explica a intenção. “Tínhamos de desembrulhar jogos contra equipas muito fechadas. E o Nuno Mendes era uma das nossas chaves de fendas. Dava uma riqueza tática muito grande à equipa”, finaliza.







