O Estádio Municipal de Tomar – agora Estádio António Eduardo Fortes, em homenagem à antiga glória do clube conhecida como ‘Totói’ – é palco de glórias passadas. Recebeu nomes imponentes do futebol mundial, como os lendários Eusébio ou António Simões e, no futebol feminino, Joana Marchão. Ali joga o União de Tomar, clube centenário, nascido a 4 de maio de 1914 na cidade templária, que é testemunho vivo da paixão pelo desporto. Embora o futebol profissional já não seja o seu foco principal, o União de Tomar continua a ser uma referência, especialmente no atletismo, onde tem, então, alcançado reconhecimento a nível nacional. União de Tomar: um gigante rubro-negro no coração do Ribatejo.
O auge futebolístico do União de Tomar foi atingido na época de 1968/69. Época em que o clube alcançou um histórico décimo lugar na Primeira Divisão do Campeonato Nacional. Nesse plantel estavam, por exemplo, nomes importantes da história do clube ribatejano, como Conhé, José Ferreira Pinto, Faustino, Totói, Barnabé, Bilreiro ou Francisco Caló. Esta foi, então, a primeira de seis presenças na elite do futebol português. Um feito notável, especialmente por ser o único clube de Santarém que chegou a participar na Primeira Liga.
Apesar de algumas descidas e subidas, o União de Tomar manteve-se na ribalta do futebol nacional durante grande parte da década de 70. O que mostrava a resiliência e a qualidade dos seus plantéis. A época de 1973/74 é, então, um exemplo claro dessa capacidade de superação. Quando, após a descida à Segunda Divisão, o clube conquistou o título e garantiu o regresso imediato à Primeira.
Outros jogadores de enorme qualidade que vestiram preto e vermelho foram, então, Vítor Baptista, Figueiredo, Eusébio, António Simões ou Camolas. Os últimos três fizeram mesmo parte do mesmo plantel, em 1977/78, ajudando o União de Tomar a ficar em 4º lugar na 2ª Divisão.
Para além das presenças na Primeira Divisão, o União de Tomar construiu, então, um palmarés invejável nas divisões inferiores. O clube ribatejano sagrou-se campeão da Segunda Divisão uma vez, embora tenha vencido por duas vezes as séries zonais. O que aconteceu nas épocas de 1967/68 (vencedor da Zona Norte) e 1973/74 (campeão e vencedor da Zona Sul).
Na Terceira Divisão, o domínio foi ainda mais evidente, com três títulos conquistados. Em 1964/65 foi o título nacional, e nas épocas 1982/83 e 1989/90 a série D. A nível regional, o União de Tomar também deixou, então, a sua marca. Sagrou-se campeão distrital da Associação de Futebol de Santarém em múltiplas ocasiões, sendo que o mais recente foi em 2022/23, ascendendo ao Campeonato de Portugal.
Apesar de, para muitos, o emblema de Tomar, agora presidido por Manuel Graça, se ter perdido no esquecimento dos adeptos de futebol por todo o país, o clube continua vivo e em atividade. O antigo Presidente Abel Bento, que liderou o clube por cerca de duas décadas, expressou em 2018, para o jornal Mirante, a sua descrença no regresso do clube aos grandes palcos do futebol nacional, focando a atenção no atletismo, onde o União de Tomar se tornou uma referência a nível nacional.
A secção de atletismo esteve viva no clube ribatejano em dois momentos. De 1988 a 2000 e de 2005 a 2023. Estando, neste momento, portanto, encerrada.
Para a próxima temporada 2025/26, no futebol, o União de Tomar vai competir na 1.ª Divisão da AF Santarém, dado que conseguiu a permanência por 4 pontos. Acima dos despromovidos Salvaterrense e Glória do Ribatejo, além do SL Cartaxo que sobreviveu na divisão por 1 ponto.