
“Quando eu cheguei, o ambiente nessa altura nem parecia de um clube de futebol.” A frase é de José Sousa, atual presidente de um Vidago que, em novembro de 2024 vivia problemas internos, que se refletiam nos resultados da equipa. A goleada sofrida em casa do Chaves B, a 13 de outubro, levou ao afastamento do técnico Gabriel Peixoto e, depois, do anterior presidente, Paulo Lopes. José Sousa entrou e teve de escalar… uma montanha. Mas a equipa disparou com excelentes resultados e joga hoje a final da Taça AF Vila Real, diante do Valpaços. Vidago – do inferno ao céu e a final da Taça como prémio.
“Eu entrei em novembro, para suceder ao Paulo Lopes. Havia muitas divergências internas. Entre equipa técnica, dirigentes e jogadores. Isto nem parecia um clube de futebol. Mas depois trouxemos o Steven Sanches para orientar a equipa. O que espoletou tudo foram os problemas financeiros. E podia tudo ter corrido muito mal. Mas fomos fazendo a gestão do clube com a máxima de ‘um dia de cada vez’. E fomos resolvendo os problemas que iam surgindo”, explicou ao Craques.pt.

Com o desanuviar dos problemas, a equipa voltou, então, a encontrar-se em campo e disparou. Entre 24 de novembro e 16 de março, o Vidago esteve 18 jogos seguidos sem perder – 15 vitórias e 3 empates – incluindo campeonato e taça. E mesmo que, depois, não tenha sido suficiente para subir ao Campeonato de Portugal, esta presença na final da Taça AF Vila Real “é um prémio”. “O Clube já tem três Taças, duas ganhas ainda nos anos 60 do século passado. Esta pode ser a quarta taça, mas sabemos que o Valpaços também tem uma excelente equipa”, explicou.
O Craques questionou ainda o presidente do Vidago sobre o futebolista português de maior renome atual que ‘nasceu’ nas escolinhas do clube. Pedro Gonçalves ajudou o Sporting a fazer a dobradinha e merece elogios por parte de José Sousa, através do nosso site. “Bom, o clube já lhe deu os parabéns nas redes sociais, mas aproveito para reforçar que o Vidago dá os parabéns ao Pedro Gonçalves, que todos sabem que é um dos nossos meninos. Falamos mais com toda a família dele, mas ele está, realmente, de parabéns”, disse. O craque do Sporting até está a descansar na terra natal antes da Liga das Nações.

Sobre a capacidade do Vidago em formar grandes jogadores, José Sousa lembra que a aposta na formação voltou em força, após o Covid. “O Vidago, ao longo dos anos, melhor ou pior, conseguiu sempre fazer aparecer alguns jogadores em patamares elevados do futebol português. E temos agora um menino, de 11 anos, nas escolinhas do Vidago que está perto de sair para o FC Porto ou Vitória SC. Sabemos que na pandemia, tivemos de interromper o trabalho da formação. Fizemos uma pausa mas já voltámos em força”, indicou.

Há pouco mais de um mês, a 27 de abril, o Vidago recebeu e venceu, então, o Valpaços para a Divisão de Honra da AF Vila Real, por 2-1. Mas hoje, às 17h00, o jogo não será, então, o mesmo. “Costuma dizer-se que as finais não são para se jogar, mas sim para se ganhar. Sinto a equipa preparada, mas é preciso entrar com a noção clara de que temos de dar tudo para superar este adversário. Ganhar seria fabuloso, era o final perfeito de época. Quem sabe?”






