Boavista contrata dois futsalistas surdos

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Num grande exemplo de inclusão, o clube axadrezado apostou em Ricardo Ribeiro e Miguel Silva, jogadores portadores de surdez que já haviam trabalhado com o técnico Carlos Sousa. Na primeira experiência com ambos, na Associação Portuguesa de Surdos, o treinador chegou mesmo a dispensar a presença de um intérprete.

Num exemplo claro de prática de inclusão no desporto, o Boavista anunciou a contratação de Ricardo Ribeiro e Miguel Silva para a sua equipa de futsal, que vai disputar a 2ª divisão da modalidade em 2025/26. Tratam-se de dois jogadores portadores de surdez, bem conhecidos do treinador Carlos Sousa, que já trabalhou com ambos numa equipa da Associação Portuguesa de Surdos. Independentemente da limitação que os dois futsalistas têm, o técnico referiu que essa não os impede de serem elementos úteis à equipa. Até porque Carlos Sousa conhece-os como ninguém. Razão pela qual, o Boavista contrata dois futsalistas surdos para a nova época que se avizinha.

E Carlos Sousa explicou melhor esta aposta. “Primeiro, o futsal é universal. Depois, é só colocar as pedras no quadro e eles entendem o que queremos. A particularidade deles é que são inteligentes e sabem o que têm de fazer dentro da quadra. Se for preciso resolver alguma situação, conseguimos fazer-nos entender e contornar o facto de serem surdos. Basta tirá-los uns minutos e explicar com o quadro o que devem e não devem fazer e eles executam sem problema”, explicou o técnico, em declarações à AF Porto. E alertou, então, para um pormenor importante: “De qualquer forma, neste campeonato também podem jogar com um aparelho que lhes permite ouvir alguma coisa. Ao contrário do campeonato de surdos, onde não podem usar aparelho.”

Ricardo Ribeiro e Miguel Silva são surdos mas tal não os impede de brilhar na quadra. Foto: AF Porto

Uma relação especial

Para Carlos Sousa (ex-Rio Ave), este reencontro com Ricardo Ribeiro e Miguel Silva é, então, especial. “São dois jogadores que conheço muito bem, porque já os treinei na Associação Portuguesa de Surdos (APS). Como os conhecia bem, achei que nos podiam ajudar. Tivemos o primeiro treino na segunda-feira e vão ouvindo com o aparelho que usam, o qual lhes permite, também, falar com os colegas. Já sabem o que têm de fazer”, disse o treinador.

Carlos Sousa também dirigiu o Rio Ave na 2ª Divisão em 24/25

Na Associação Portuguesa de Surdos (APS), Carlos Sousa chegou mesmo a dispensar a presença de um intérprete, uma vez que a capacidade de perceção da dupla era excelente. “Quando os treinei na APS, perguntaram-me se queria um intérprete para os surdos e veio. Mas duas semanas depois acabei por dispensá-lo, porque conseguíamos comunicar normalmente. Fomos campeões nos dois últimos anos, depois de termos sido vice-campeões antes. Rendem plenamente, são jogadores que fazem parte do grupo, sabem o que quero. Se os virem jogar, nem se apercebem que são surdos”, esclareceu.

Sobre as características de ambos, Carlos Sousa destaca o seguinte. “O Ricardo é um jogador com um posicionamento universal, tanto pode jogar fixo, como a ala ou pivô. Tem características de que gosto, na forma como interpreta o jogo e aborda o lance. Já o Miguel é mais ala e é muito forte no um para um. Quer a atacar, quer a defender”, concluiu.

O Boavista estreia-se na 2ª Divisão de Futsal em casa do Modicus, no dia 27 de setembro.

 

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