Mais Atletismo – Opinião por Domingos Castro

Quando aceitei o desafio de liderar a Federação Portuguesa de Atletismo, sabia que não podia ficar fechado em Lisboa a olhar para relatórios. O atletismo português não se faz de gabinetes, faz-se de pistas, de ruas, de parques, de escolas e de pessoas. Foi por isso que tracei uma prioridade clara desde o primeiro dia: estar próximo das pessoas, dos clubes, dos atletas, das autarquias, ouvir, criar pontes e trabalhar lado a lado com quem, no terreno, torna o desporto possível.

Foi por isso que iniciei um périplo que ao longo destes nove meses me conduziram a reuniões com 45 municípios. Em cada visita confirmo algo em que sempre acreditei: a força do atletismo nasce da capacidade de envolver comunidades. Em Bragança, por exemplo, vi como a Meia Maratona das Cantarinhas é um orgulho coletivo que mobiliza milhares. Em Chaves, percebi a urgência de uma pista de 200 metros, que pode mudar a vida de atletas que ainda percorrem dezenas de quilómetros só para treinar. O mesmo em Vila Nova de Cerveira, Tabuaço, Castro Daire, Alcochete, Vila Real ou no Porto e em muitas, muitas mais localidades. Cada reunião é diferente, mas em todas sinto a mesma determinação em valorizar o desporto.

Tenho dito e repito: sem as câmaras municipais, o desporto em geral e o atletismo em particular em Portugal não sobreviveria. São as autarquias que asseguram o essencial, criando condições reais para que crianças e jovens descubram o atletismo. Esta verdade não me assusta; pelo contrário, dá-me confiança. Porque sei que temos nas autarquias parceiras de excelência.

Descentralizar, para mim, não é apenas uma opção de gestão, é um compromisso com as pessoas. É garantir que uma criança em Vila Pouca de Aguiar tem as mesmas oportunidades de praticar atletismo do que uma em Lisboa. É levar provas nacionais ao interior, enchendo cidades e vilas de atletas, famílias e vida, como por exemplo aconteceu em Marvão ou em Viana do Castelo. É ligar o atletismo à saúde pública, à educação e à coesão social.

Como atleta, vivi na pele o que significa treinar com condições precárias e sonhar alto apesar das dificuldades. Hoje, como presidente, sinto que tenho a responsabilidade de devolver esse sonho a todos os que começam. O atletismo é, e deve continuar a ser, uma escola de vida.

Com efeito, numa altura em que a Direção da FPA está a preparar a época desportiva 2025/26, temos vindo a apresentar diversos projetos a parceiros estratégicos, tendo em vista o enriquecimento das competições do Quadro Nacional. A estratégia é contar cada vez com mais eventos e eventos com mais qualidade. É nesta proximidade com as autarquias, com as comunidades, com as instituições e com cada jovem que acredita em correr mais longe, que vejo o verdadeiro futuro da nossa modalidade.

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