
Esta semana fui confrontado com uma daquelas notícias que nunca gostamos de receber, o falecimento do Álvaro. O Álvaro Silva, rapaz da minha geração, e um dos grandes nomes do nosso tempo no atletismo nacional.
Ex-recordista nacional de 400 e 800 m, detendo ainda a terceira marca nacional de sempre, obtida há mais de três décadas, sagrou-se campeão de Portugal por 13 vezes, nas disciplinas de 400 m, 800 m, 400 m barreiras e 4×400 m, correndo pelo Clube de Futebol “Os Belenenses” e Sport Lisboa e Benfica.
Fomos companheiros de Seleção inúmeras vezes em grandes competições, entre elas as presenças olímpicas em Seoul 1988 e Barcelona 1992, além de diversos Campeonatos do Mundo e da Europa.
Estava nos Açores, na Ilha do Faial – numa ação no âmbito do Kids Athletics 2.0 e onde reunimos também com o presidente da Câmara Municipal da Horta, com o pensamento na potencial construção de uma pista de atletismo – quando surgiu a triste notícia. E, mais tarde, dei comigo a pensar que a Federação tem ainda muito caminho a fazer para cumprir o seu papel social junto dos atletas que no passado glorificaram o nosso País.
Quando digo que a nossa missão é que nada falte aos atletas, temos de entender que uma vez atleta, para sempre atleta. E mesmo quando já não estamos no ativo, a competir, há funções que as glórias de outros tempos podem desempenhar.
Desde logo, transmitiu os seus conhecimentos aos mais novos. Através do exemplo e da partilha, levou-lhes as suas experiências e ensinou tudo o que sabia. Para além disso, contou também as dificuldades que enfrentou para vingar no atletismo. No entanto, mesmo perante os obstáculos, nunca desistiram. Pelo contrário, continuaram a lutar pela modalidade que tanto amam.
Por isso, a Federação tem de ter meios para os apoiar. Deve incentivá-los, dar-lhes espaço e trazê-los para perto. Sempre com respeito, valorização e, acima de tudo, dignidade.
É um caminho que temos de percorrer. Porque temos de ter memória e honrar a nossa história.
Aqui deixo, mais uma vez, em meu nome, as condolências à família enlutada. Estendo também esse abraço solidário aos amigos e aos clubes que o Álvaro Silva representou. Infelizmente, o atletismo perdeu um dos grandes.







José Conchinha
Um até sempre ao nosso c0mpanheiro e amigo que no além vá encontrare outros de nós que também já partiram. A ti Domingos, um grande abraço deste teu amigo, capitão de Abril e organizador do Novembro de 75, Gran Metre dos Templários do Distrito de Portalegre. Até um dia destes e continua na tua luta para dignificar a nossa Federação. Um abraço