Nascido em Lisboa, mas com a dupla nacionalidade angolana, Rafael Camacho deu os primeiros passos no futebol no Sporting. Mas cedo foi parar a Inglaterra, mais concretamente ao Manchester City, com apenas 13 anos. Em Inglaterra, o extremo impressionou pelo talento bruto e pela irreverência com bola no pé. Ao ponto de, em 2016, se transferir para a academia do Liverpool. Rafael Camacho – o leão que nunca chegou a rugir.
Com Jürgen Klopp, chegou a somar minutos na equipa principal em 2018/19, inclusive numa vitória (4-3) suada sobre o Crystal Palace, em Anfield. O técnico alemão chegou a elogiar a sua atitude e intensidade nos treinos, mas os minutos em campo foram escassos. E com o plantel recheado, a porta parecia fechada.
Em 2019, o Sporting resgatou Camacho desembolsando, então, 5 milhões de euros. O extremo era, então, visto como um investimento estratégico. Com margem para crescer como extremo desbloqueador ou até lateral ofensivo, uma adaptação que já vinha desde os tempos de Anfield.
Mas a verdade é que Rafael Camacho nunca se fixou em Alvalade. Jogou em várias posições, mas nunca teve sequência e acabou por ser emprestado, sucessivamente, a Rio Ave, B-SAD, Aris Salónica e, mais recentemente, ao NK Vukovar 91, da Croácia. O talento estava lá, mas o rendimento raramente apareceu.
Agora, é provável que Rafael Camacho tenha de reconstruir a carreira em contextos mais modestos, longe dos palcos onde se esperava vê-lo brilhar. Há talento para mais. Mas as promessas, quando não se cumprem, transformam-se em fardos difíceis de carregar.
Rafael Camacho é um nome que simboliza uma geração de jogadores que teve tudo para vingar, menos o tempo certo, o espaço certo, ou talvez a mentalidade certa. Aos 25 anos, ainda pode surpreender, mas para já, mora entre os que prometeram muito e entregaram pouco. Uma eterna promessa, que ainda sonha com a sua hipótese de redenção.