Na Argentina, o futebol vive de paixões e rivalidades que, na maior parte das vezes, ultrapassam o limite do razoável. Marcos Rojo, ex-Sporting e internacional argentino, é o mais recente exemplo. Contratado pelo Racing Club de Avellaneda, o central não poderá exibir o apelido “Rojo” no equipamento, já que o termo identifica diretamente o maior rival, o Independiente. Conhecido precisamente como “Los Rojos”.
Marcos Rojo assinou por mais um gigante do futebol argentino após uma carreira marcada por passagens por alguns dos maiores palcos do futebol mundial. Formado no Estudiantes de La Plata, o defesa-central saltou para a Europa em 2010, rumo ao Spartak Moscovo. Em 2012, assinou pelo Sporting, onde deixou boas impressões nas duas temporadas que serviu o emblema de Alcochete. O defesa canhoto destacava-se, então, pela sua agressividade na marcação e polivalência, atuando tanto no centro da defesa como na lateral-esquerda.
O bom desempenho em Alvalade abriu-lhe, então, as portas do Manchester United, numa transferência milionária em 2014. Pouco depois de se sagrar vice-campeão mundial pela Argentina no Brasil. Em Old Trafford, Rojo viveu altos e baixos, alternando boas exibições com períodos de paragem devido a lesões e mudanças de treinador. Ainda assim, Rojo somou mais de uma centena de jogos no United, conquistando uma Liga Europa, uma Taça de Inglaterra, uma Taça da Liga e uma Supertaça inglesa.
Depois de alguns empréstimos e menor utilização, Rojo regressou, então, ao país natal em 2021 para representar o Boca Juniors. Onde rapidamente se tornou referência defensiva e capitão. Pelo clube da Bombonera, ergueu vários troféus nacionais, consolidando a sua imagem de líder dentro e fora de campo.
Agora, aos 35 anos, Marcos Rojo deu mais um passo na carreira com a transferência para o Racing Club, um dos grandes do futebol argentino, clube pelo qual já se estreou. Mas, mal chegou a Avellaneda, deparou-se com uma regra não escrita, mas profundamente enraizada: nenhum jogador do Racing pode ter “Rojo” estampado na camisola. A razão é simples — “Rojo” é como os adeptos chamam ao arquirrival Independiente. Clube vizinho e ‘inimigo’ histórico.
Para evitar polémicas e manter a identidade do clube intacta, a direção optou por inscrever apenas “Marcos R.” no uniforme do jogador. Uma decisão que pode, então, parecer trivial fora da Argentina, mas que, no contexto de um dos dérbis mais fervorosos do mundo, é quase obrigatória.