Académica tenta reerguer-se do abismo

CraquesCraquesHistóricos em CriseFutebol5 meses atrás1.2K Visualizações

20 de maio de 2012. Uma data mágica para os adeptos da Académica. Uma data que ainda leva muitos às lágrimas. Foi aí que se registou um dos maiores feitos da história da Briosa… e também um dos últimos que os saudosos recordam com orgulho, a conquista da Taça de Portugal. Depois disso o emblema de Coimbra foi definhando até que em 2022 sucumbiu e saiu dos campeonatos profissionais ao cair para a Liga 3.

Chegar ao Estádio do Jamor e conquistar a Taça de Portugal, para mais derrotando o Sporting, não é para qualquer emblema. A Académica conseguiu-o. Em maio de 2012, vencendo os leões por 1-0, golo de Marinho. Treze anos depois, a Académica tenta reerguer-se do abismo.

Mas voltemos a essa noite. Ninguém dormiu na cidade dos estudantes, repetindo-se o cortejo tantas vezes visto nas queimas das fitas na cidade. Tratou-se da conquista da segunda Taça de Portugal pelo emblema, depois da primeira conquista registada em 1939. São, de resto, os maiores feitos do clube. Que venceu ainda, em duas ocasiões, o campeonato da II Divisão.

A descida à Liga 3

Mas o inferno chegou em 2022. Depois de 88 épocas consecutivas desde 1934/35, entre a primeira e a segunda divisões, a descida à terceira divisão foi um calvário do qual o clube e a cidade ainda não recuperaram.

A Académica é um dos emblemas históricos do futebol português. Além das duas Taças de Portugal, chegou a ser vice-campeã nacional em 1966/67. Foi fundada a 3 de novembro de 1887, sendo o mais antigo clube desportivo de Portugal em funções. A sua criação e existência ao longo dos tempos confunde-se com o principal setor de atividade da cidade, o estudantil.

E talvez por isso a dificuldade do clube em criar raízes profundas, uma vez que os estudantes, a maioria pelo menos, estão de passagem pela cidade, não se fixam. A Académica é conhecida pelo clube dos estudantes mas nos dias que correm o emblema já pouco diz aos estudantes… e daí a dificuldade em conseguir novos sócios.

Nova era com António Barbosa

A temporada 2024/25 não começou da melhor forma. Nos primeiros oito jogos, apenas nove pontos conquistados. Até que chegou António Barbosa, treinador de 42 anos, natural de Braga, entrou na Académica à nona jornada e levou com ele energia positiva.

Os dados estatísticos refletiram, então, melhorias evidentes que deixaram os adeptos a sonhar com a possibilidade de entrar na luta por algo mais.

A Académica obteve o melhor ataque da série, com 30 golos marcados (mais quatro, por exemplo, que o Atlético, equipa que ficou no primeiro posto da série B).

No total foi conseguida uma média de 11,2 remates a cada 90 minutos; foi a segunda equipa com mais cruzamentos (média de 16,79 a cada 90 minutos); terceira equipa com mais dribles por jogo (20,22 por jogo); a segunda equipa com mais passes progressivos e a quarta com mais passes no último terço.

Em termos defensivos, apresentou-se como a equipa com mais passes intercetados em toda a primeira fase. Jogadores como Leandro, Hachadi ou Ba-Sy estiveram em evidência.

Leandro, por exemplo, foi o segundo jogador da série com mais passes para o último terço. Ba-Sy e Hachadi foram os jogadores com mais toques na área na série B.

Muito perto da fase de apuramento de campeão

Resultado, a Académica chegou aos 26 pontos no final da primeira fase, os mesmos do Sporting B, que seguiu para a fase de apuramento de campeão. As melhorias introduzidas por António Barbosa não chegaram para poder discutir já esta época o regresso aos campeonatos profissionais e por isso, para já, a ideia é continuar a solidificar o futebol do clube. 

Nesta fase de manutenção, então já sem hipótese de lutar pela subida, a Briosa caminha em primeiro lugar, com 17 pontos, fruto dos nove amealhados na sequência da primeira fase e das duas vitórias e dois empates em cinco jogos.

Este primeiro lugar pode, ainda, saber um pouco a prémio de consolo. Mas é sinal que há espaço para tentar novamente voltar à luta por mais… para que a Académica um histórico do futebol português volte à ribalta.

Um comentário

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  • João

    Março 26, 2025 / at 12:11 pmResponder

    Excelente artigo e concordo plenamente com o reconhecimento ao trabalho do António Barbosa. Apenas queria fazer uma pequena correção factual: o atula treinador da Acdemica de Coimbra entrou na 8.ª jornada, e não na 9.ª, como indicado, a sua estreai foi no 1º de Dezembro. Nessa altura, a Académica tinha apenas 6 pontos e não 9.

    Referir um pormenor na minha opinião importante, a Académica somou 20 pontos desde a chegada deste treinador a Coimbra, o que, se contássemos apenas a fase em que esteve ao comando, colocaria a equipa em 2.º lugar, apenas atrás do Atlético (com 21 pontos), garantindo o apuramento para a fase de subida.

    Foi também a primeira equipa a vencer o 1.º Dezembro esta época, precisamente na jornada da sua estreia (8º jornada)

    Continuação de bom trabalho para vocês. Viva a Académica de Coimbra e realmente este treinador é uma mais valia, na minha opinião.

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