Não era preciso chegar ao fim do Mundial para falar de quem desiludiu, mas o PSG perder por três golos de diferença na final não era, de todo, expectável. Além dos campeões europeus, existem outros tantos que estiveram aquém das expectativas, incluindo, então, os clubes portugueses. O Craques mostra-lhe as deceções do Mundial de Clubes.
Os dois clubes argentinos em prova não duraram mais do que três jogos – a fase de grupos. Os xeneizes estavam num grupo mais complicado do que o do River Plate, mas não é desculpa para só terem feito dois pontos. Até porque um dos adversários era o semi-amador Auckland City. Os milionários, que vestem a faixa vermelha diagonal, estavam, então, no grupo do Inter de Milão, do Monterrey e do Urawa – que ficou em último no Mundial. Os argentinos tinham obrigação de vencer pelo menos dois jogos… mas só ganharam um e empataram com o Monterrey. Esse deslize foi fulcral para a eliminação precoce.
O único tubarão europeu a cair na fase de grupos. A equipa de Simeone cedeu ao futebol do Paris SG e do Botafogo, apesar de ter ganho aos brasileiros. A derrota, por 4-0, na primeira jornada diante dos campeões europeus pesou e a diferença de golos atirou os colchoneros para fora logo na primeira fase.
As duas equipas finalistas da Liga dos Campeões de 2023 foram eliminadas na ronda seguinte à fase de grupos… e de forma surpreendente. A Juventus também foi eliminada nesta fase, mas diante do Real Madrid. Os azuis de Manchester perderam, então, nos oitavos-de-final contra o Al Hilal, por 4-3, num jogo em que Marcos Leonardo brilhou com um bis. Depois do pleno na fase de grupos, em que os reforços que tanto brilharam, esses ofuscaram-se frente aos sauditas.
Já o Inter de Milão, finalista vencido de duas das últimas três finais da Liga dos Campeões, não apresentou bom futebol no Mundial. Já sem Inzaghi e com Chivu ao comando, os nerazzurri começaram com um empate frente ao Monterrey e terminaram com uma derrota, nos oitavos, frente ao Fluminense.
As equipas portuguesas não estiveram ao nível do que se esperava. Apesar de o Benfica ter passado a fase de grupos, a equipa de Bruno Lage não se livrou de um susto por depender de si frente ao Bayern de Munique – que acabou por ganhar. O futebol pobre no jogo frente ao Boca Juniors e a primeira parte com o Auckland City podiam ter, então, custado caro a Bruno Lage. Frente ao Chelsea, havia ainda alguma expetativa, até por ter sido o jogo que se seguiu à exibição feita frente ao Bayern, mas até foi Trubin quem evitou males maiores.
O FC Porto de Martín Anselmi esteve muito abaixo das expetativas e acabou por ser um espelho fiel ao que jogou em toda a época. O reforço Gabri Veiga ainda tentou subir o nível, mas à volta dele os colegas não contribuíram. Rodrigo Mora e Samu estiveram, também, muito apagados no Mundial de Clubes.
Um dos candidatos à Bola de Ouro, nos tempos que correm, esteve muito abaixo do que se esperava, especialmente pelo que se esperava dele. As poucas ideias e a falta de confiança condicionaram o brasileiro. Nos seis jogos dos merengues, só marcou um golo e fez uma assistência.
A dupla de centrais do Real Madrid baixou o nível da equipa de Xabi Alonso. Tanto o jovem espanhol, como o experiente alemão mostraram uma insegurança gritante e erros infantis na defesa. O jogo de maior destaque negativo ocorreu, então, nas meias-finais diante do Paris SG. Tanto Asencio como Rüdiger tiveram erros grosseiros que resultaram em golos do adversário.
O atacante francês do Atlético de Madrid foi o espelho fiel do fiasco da equipa de Simeone. Griezmann nunca foi opção regular e, sempre que foi chamado, não mostrou o nível a que habituou os adeptos. O craque francês só fez um golo, frente ao Botafogo, e mostrou-se impotente para ajudar os colchoneros a atingir os oitavos do Mundial.
O reflexo da falta de ideias e de jogo do FC Porto deveu-se, em grande parte, ao fraco nível do meio-campo dos dragões. Fábio Vieira, um dos atletas em quem se depositava mais expetativas, não esteve, então, à altura da situação e, em momentos de desvantagem, tentava resolver sozinho – muitas vezes sem sucesso. Já o médio argentino parecia outro, em comparação com o Alan Varela que chegou à Invicta em 2023.