O jogo desta noite coloca o Benfica a enfrentar um adversário a quem nunca ganhou, o Chelsea. Tal como, aliás, tinha acontecido com o Bayern. Entre muitos jogadores que já passaram pelos dois emblemas, o que sobressai na memória dos adeptos não são os craques, mas, provavelmente, um jogo que terá ficado ‘atravessado’. Benfica e Chelsea foram adversários na final da Liga Europa de 2012/13. Nesse jogo, os londrinos venceram, então, o Benfica aos 90+3’, quatro dias depois do inesquecível golo de Kelvin, no Dragão, aos 90+2’. E onze dias depois da derrota, no Jamor, frente ao Vitória SC. Benfica-Chelsea – alguém já se esqueceu de Ivanovic?
O registo entre o Benfica e o Chelsea não é simpático para os encarnados. Os únicos três jogos em que ambos os clubes se enfrentaram acabaram, então, com a vitória londrina. Tudo começou nos quartos-de-final da Liga dos Campeões de 2011/12. Que terminou com um agregado de 3-1 para o Chelsea – depois de vencer 1-0 na Luz e 2-1 em Stamford Bridge. O terceiro encontro, que podia ter sido “a desforra” terminou em mais uma derrota encarnada. Mas esta com tons dramáticos: o defesa sérvio Ivanovic fez, aos 90’+3, o golo dos blues na final da Liga Europa de 2012/13.
Este revelou-se, então, um dos mais dececionantes momentos da história recente do Benfica, especialmente pelo fim de temporada que foi. A época 2012/13 ficará marcada para sempre na história das águias pelos piores motivos.
No dia 11 de maio de 2013, o Benfica deslocou-se ao Dragão na liderança do campeonato. Mas o primeiro lugar e o título fugiram aos 90+2’, depois do golo marcante de Kelvin, que levou Jorge Jesus a ajoelhar-se no Estádio do Dragão. Quatro dias depois, as águias de Jorge Jesus jogaram, então, a já falada final da Liga Europa, que haveriam de perder, por 2-1, com o cabeceamento ‘fatal’ de Ivanovic a surgir aos 90’+3. Por fim, a final da Taça de Portugal, perdida no Jamor frente ao Vitória de Guimarães, no dia 26. Depois de terem começado a ganhar- golo de Gaitán aos 30′ – os encarnados sofreram, então, a reviravolta (79 e 81 minutos), num jogo que culminaria com a célebre altercação entre Óscar Cardozo e o treinador Jorge Jesus. Em duas semanas, o Benfica de Luís Filipe Vieira e Jorge Jesus perdeu três provas.
A primeira edição deste formato do Mundial de Clubes voltou a colocar o Benfica e o Chelsea frente-a-frente, dois clubes que também têm um grande histórico de negócios. Jogadores como Matic, David Luiz, Ramires ou, mais recentemente, Enzo Fernández trocaram a Luz por Stamford Bridge e até João Félix, alvo dos encarnados neste defeso, já representou ambos os clubes.
Os homens de Maresca tem apresentado um futebol lento e previsível, algo que pode ser positivo para o Benfica, que vem motivado depois de uma vitória histórica sobre o Bayern. O destaque do Chelsea tem sido Pedro Neto, que já leva dois golos. Por outro lado, o Benfica melhorou a sua performance desde a segunda parte com o Auckland. Se há momento para os encarnados voltarem a fazer história é agora.
Benfica – Trubin; Aursnes, António Silva, Otamendi e Carreras; Leandro Barreiro e Renato Sanches; Schjelderup, Prestianni e Di María; Pavlidis.
Chelsea – Sánchez; Malo Gusto, Chalobah, Colwill e Cucurella; Reece James, Moisés Caicedo e Enzo Fernández; Pedro Neto, Cole Palmer e Liam Delap.