A história do empresário Gérard López no desporto tem sido marcada por uma série de aquisições e gestões que culminaram em cenários de crise. Clubes de futebol, incluindo o Boavista, e uma equipa de Fórmula 1 viram, então, as suas estruturas abaladas e, em alguns casos, completamente desmanteladas. A sua abordagem tem levantado questões sobre a sustentabilidade e a ética na gestão desportiva. O empresário nascido Esch-sur-Alzette, Luxemburgo, está também ligado a negócios com o partido conservador russo, liderado por… Vladimir Putin. O legado destrutivo de Gérard López.
O Boavista, campeão nacional em 2000/01, é o mais recente exemplo da gestão controversa de Gérard López. Adquirido por López em 2020, o clube axadrezado viu, então, a sua situação financeira deteriorar-se rapidamente. Recentemente, o Boavista foi administrativamente despromovido para os distritais da AF Porto, após falhas na entrega de documentos de licenciamento e incapacidade de cumprir os requisitos financeiros. Isto depois de ter descido da Liga Portugal dentro das quatro linhas.
Esta queda abrupta de um clube que disputava a Primeira Liga há poucas semanas chocou a comunidade desportiva portuguesa e levantou sérias preocupações sobre o futuro da instituição. A gestão de López no Boavista é, então, vista como um culminar de decisões que levaram o clube a uma situação insustentável. As dívidas avultadas e a desorganização administrativa resultaram numa descida aos campeonatos distritais, provocando uma tristeza imensa nos adeptos mais apaixonados pelo Boavista.
No Lille, em França, a gestão de Gérard López foi, então, marcada por uma acumulação de dívidas que atingiram os 300 milhões de euros. O que levou o clube a uma situação financeira precária ainda antes da saída do empresário. Mais recentemente, o Bordéus, outro clube francês sob a alçada de López, acabou administrativamente despromovido para a quarta divisão devido a problemas financeiros. A ação de López evidencia, por isso, um padrão preocupante de gestão que parece ignorar a sustentabilidade a longo prazo dos clubes.
Já o Royal Excelsior Mouscron, da Bélgica, teve um destino ainda mais trágico. Após a aquisição pelo empresário luxemburguês que também tem nacionalidade espanhola, o clube declarou falência e desapareceu completamente do mapa do futebol.
A passagem de Gérard López pela Fórmula 1, como presidente da Lotus F1 Team entre 2009 e 2015, também foi controversa. A equipa ainda viveu alguns momentos de sucesso, mas a gestão de López acabou criticada por problemas financeiros que levaram a Lotus a uma situação de quase liquidação.
A equipa foi, então, vendida por um valor simbólico de um euro, marcando o fim de uma era para a icónica marca na Fórmula 1. Recorde-se que a Lotus chegou a ser campeã mundial sete vezes.