A constituição da equipa de Portugal na final do Europeu Sub-17 de há nove anos era… algo repetitiva. Senão vejamos. Diogo Costa na baliza; Diogo Dalot no lado direito da defesa, os centrais Diogo Queirós e Diogo Leite… Não foi, então, por acaso que a batizaram, então, como “A equipa dos Diogos”. Que bateu a Espanha nos penáltis (1-1, 5-4 g.p.). Nove anos depois, Portugal tem, então, oportunidade de voltar a uma final da categoria, ‘bastando’ para isso eliminar hoje à noite a Itália nas meias-finais. E o Craques partiu, então, à descoberta. Onde estão os campeões europeus Sub-17 de há 9 anos?
A boa notícia é que ainda todos jogam futebol e a maioria alinha em grandes clubes europeus. Mas há todo o tipo de carreiras, promessas adiadas e, inclusive, um avançado que disputa a Liga do Bahrain.
Diogo Costa
O guarda-redes, que na altura alinhava nas camadas jovens do FC Porto, fez o percurso natural no clube e chegou, então, à primeira equipa. Consolidou-se como um dos melhores guarda-redes portugueses e atingiu a Seleção A, sendo hoje, sem sombra de dúvida, o melhor guardião português e um dos melhores do Mundo.
Luís Maximiano
Produto da formação do Sporting, o guarda-redes ainda teve a sua oportunidade em Alvalade, mas a chegada do experiente Adán tirou-lhe espaço. Rumou, então, a Espanha, onde jogou pelo Granada, e ainda foi a Itália defender as cores da Lazio. Mas o Almería ‘agarrou-o’, dando ao guardião a oportunidade que este já merecia.
Diogo Dalot
O polivalente lateral-direito, também produto da formação do FC Porto, trocou a Invicta pelo Machester United em 2018 e por lá tem crescido. Esteve uma época cedido ao Milan mas voltou a Old Trafford e hoje é uma das figuras da equipa agora orientada pelo compatriota Rúben Amorim. Fez o golo na final do Euro Sub-17.
Diogo Leite
Outro Diogo, outro produto da formação portista, que subiu à equipa principal em 2018/19. Após três épocas no plantel principal, foi cedido ao SC Braga em 2021/22 e despertou o interesse de vários clubes europeus. Ganhou a corrida o Union Berlin, que o levou para a Alemanha, onde o central pegou de estaca.
Diogo Queirós
Sem a mesma sorte dos companheiros após sair da formação do clube azul-e-branco, o central ainda ganhou experiência na Bélgica antes de voltar a Portugal. Representou o Famalicão e depois rumou à Roménia. Esta época, Luís Castro chamou-o para o Dunkerque, que ficou perto de ascender à Liga francesa.
Ruben Vinagre
Disputou o Euro Sub-17 já como jogador do Monaco, após ser formado no Sporting, e acabou por rumar, então, ao Wolverhampton em 2017/18. Sem espaço no clube inglês, aceitou sucessivos empréstimos, um deles ao Sporting, e parece agora ter estabilizado na Liga polaca. Fez 50 jogos pelo Legia Varsóvia esta época.
Luís Silva
O central que Hélio Sousa chamou representava então os Sub-18 do Stoke City, mas veio para Portugal em 2018, para representar a B-SAD. Ali jogou até rumar ao Chipre, em 2021, e desde 2023 que defende os polacos do Widzew Lodz, onde é pedra basilar da defesa.
Thierry Correia
Produto da formação do Sporting, ainda foi jogou na primeira equipa em 2018/19 mas haveria de assinar pelo Valencia na época seguinte. Desde então, tornou-se um elemento importante da manobra defensiva da equipa che e tem ‘sobrevivido’ à crise financeira que levou à saída de muitas das figuras do clube.
Florentino Luís
Foi ao Euro Sub-17 como promessa da formação do Benfica e, após dois empréstimos – Getafe e Monaco -, confirmou, por fim, o potencial que lhe era apontado. O médio é hoje um dos elementos preponderantes do plantel de Bruno Laje, sendo o pêndulo do meio-campo dos encarnados.
Gedson Fernandes
Outro produto da formação dos encarnados, o médio construtor de jogo não conseguiu, então, afirmar-se no Benfica. Após alguns empréstimos a clubes de nomeada – Tottenham ou Galatasaray, por exemplo -, Gedson assinou pelo Besiktas e tornou-se numa das principais figuras da equipa.
Domingos Quina
O médio-ofensivo chegou ao Euro Sub-17 como jogador do West Ham e por lá ficou até rumar ao Watford em 2018. Com uma carreira instável – média de dois clubes por época desde 2020/21 -, Quina está, aos 25 anos, a fazer a época mais consistente da carreira ao serviço dos cipriotas do Pafos: 34 jogos e 2 golos.
Mesaque Djú
Outro produto das camadas jovens do Benfica que rumou, então, a Inglaterra bem cedo, para representar o West Ham nos sub-21 e sub-23. Após uma curta experiência na Grécia (2022/23), cumpriu uma época no Mafra. Esta época arrancou na Croácia, mas regressou a Portugal para representar a Oliveirense.
João Lameira
Este médio formado no FC Porto acabou por deixar os dragões em 2019 para fazer um percurso simpático por vários clubes portugueses em divisões inferiores. Em 2024, rumou então à Roménia para assinar pelo Otelul Galati. Esta época, cumpriu 35 jogos e ajudou o clube a apurar-se para as pré-eliminatórias da Liga Conferência.
Miguel Luís
Formado na Academia de Alcochete, este médio natural de Coimbra ainda chegou a jogar na equipa principal do Sporting, sendo depois emprestado ao Vitória SC em 2020/21. Não correspondeu às expetativas e foi obrigado a emigrar, tendo jogado na Polónia e esta época, no Panetolikos, onde fez 30 jogos e 2 golos.
Zé Gomes
Apontado como uma das grandes promessas dessa equipa orientada, então, por Hélio Sousa, o avançado formado no Benfica foi… uma eterna promessa. Saiu do Seixal em 2019/20 e jogou sempre, pelo menos em dois clubes por época, desde então. Em 2024/25, fez 5 golos em 25 jogos pelos albaneses do AF Elbasani.
Jota
Conhecido, na altura, por João Filipe, o ‘menino bonito’ do Seixal ainda fez 28 jogos pelo Benfica em 2019/20 mas foi, então, cedido ao Valladolid. Deu nas vistas e o Celtic apaixonou-se por ele. Tem brilhado na Escócia e nem uma fortuita saída para a Arábia o impediu de voltar ao Celtic Park, para gáudio dos fãs do Celtic.
Mickaël Almeida
Talvez o elemento menos conhecido deste grupo, o avançado jogava, então, nos Sub-17 do Lyon quando disputou o Europeu. Depois disso, fez longa carreira na Suíça – representou Sion, Aarau em dois períodos e Chiasso – antes de rumar ao Qatar. A experiência falhou e, esta época, Mickaël Almeida fez 2 jogos na Liga do Bahrain.
Rafael Leão
Produto da formação do Sporting, o extremo/avançado ainda se estreou, então, pela equipa principal dos leões em 2017/18. Mas saiu na debandada de jogadores após o célebre ataque à Academia de Alcochete, a 15 de maio de 2018, e assinou pelo Lille. Uma época em França bastou para rumar ao Milan, onde hoje é figura de topo.
Nada do que acontecer hoje, e eventualmente, no domingo (dia da final, onde Portugal, caso se apure, defrontará França ou Bélgica) será, então, decisivo para a carreira dos comandados de Bino Maçães. Mas a verdade é que ter um Europeu Sub-17 no currículo ajudaria certamente muitos jovens craques a poderem construir, então, uma carreira com um ponto de partida deste nível.