Poucos são os jogadores que podem dizer que receberam prémios individuais no famoso Torneio de Toulon mas Sérgio Leite é um deles. O antigo guarda-redes portuense prometeu muito e somou quase 100 jogos pelos escalões de formação da Seleção das Quinas. Depois de várias passagens em muitos clubes, a reforma trouxe-lhe ainda mais estatuto. Sérgio Leite – o futuro das balizas portuguesas é hoje agente e consultor.
Sérgio Leite nasceu no Porto, em 1979, mas começou a sua aventura no futebol no FC Lapa aos sete anos. Três anos depois, ingressou no Boavista, clube ao qual ficou ligado durante 13 anos. A sua evolução foi meteórica, destacando-se como um dos guarda-redes mais promissores do país. Nas seleções jovens, o seu talento destacou-se dos demais guarda-redes. Sérgio Leite somou 93 internacionalizações jovens, conquistou o Europeu Sub-16 (1996) e foi, então, vice-campeão Sub-18 (1997).
No Mundial Sub-20 da Nigéria, em 1999, foi mesmo considerado um dos melhores jogadores da competição. Já em 2000, no conceituado Torneio Internacional de Toulon, Sérgio Leite recebeu o prémio de melhor guarda-redes da competição.
Sérgio viveu na sombra de Ricardo enquanto esteve no Boavista, o que limitou as suas oportunidades. Esta situação levou o clube axadrezado a emprestar sucessivamente o guardião a clubes como FC Maia, Sporting de Espinho, FC Penafiel ou FC Leça.
Mas a falta de minutos e a inconsistência exibicional nestas passagens impediram-no, então, de ganhar o ritmo competitivo necessário. A eterna promessa viu o seu contributo sempre limitado pois, por muito talento que tivesse, sem oportunidades não há desenvolvimento.
O guarda-redes rumou, aos 24 anos, a Inglaterra para representar o Charlton. Contudo, a adaptação foi complicada e as oportunidades, novamente, escassas. Seguiram-se, então, passagens pela Ovarense, Hull City (onde uma lesão no antebraço precipitou a sua saída), e aventuras na Roménia (Vaslui e Brasov) e no Chipre (Atromitos Pafos).
Mesmo que a utilização neste último já mostrasse alguma consistência, tal como acontecera na Ovarense, a verdade é que Sérgio Leite nunca conseguiu manter-se em nenhum destes clubes por mais de uma época.
O antigo talento das balizas haveria de regressar a casa em 2008. Voltou a assinar pelo Boavista, clube que atravessava, então, uma grave crise financeira. E, apesar das boas exibições, não conseguiu evitar a descida de divisão dos axadrezados. Terminou, assim, a carreira no Gondomar em 2010/11, aos 31 anos, no único clube onde conseguiu jogar duas épocas seguidas – sem contar, naturalmente, com o Boavista – e onde apresentou números interessantes.
Mas o futuro já estava definido na cabeça de Sérgio Leite. Pendurou as luvas e iniciou uma carreira como Coordenador de Formação de Guarda-redes no Nogueirense. E por lá tem desempenhado vários outros cargos (Coordenador Geral da Formação e Consultor do Clube de Nogueira da Maia). Paralelamente, criou a sua própria agência de jogadores e treinadores – a slworldteam. Sérgio Leite – o futuro das balizas portuguesas é hoje agente e consultor.