Mais Atletismo – Opinião, por Domingos Castro

O atletismo é, entre todas as modalidades olímpicas, uma das mais tradicionais. No entanto, está a viver uma revolução silenciosa. Essa mudança é impulsionada pelos avanços tecnológicos. Aos poucos, transformam a forma como os atletas treinam, competem assim como as suas avaliações.

Isto a propósito de mais uma inovação tecnológica que foi implementada em termos oficiais e a nível mundial pela primeira vez, dia 1 de junho, em Madrid, durante o Grande Prémio Internacional Madrid Marcha Silbö Telecom. Trata-se do sistema RWECS (Race Walking Electronic Control System), já apelidado de ‘VAR da marcha’. Na prática são sensores leves, com menos de 15 gramas, fixos nos cordões das sapatilhas dos atletas, para detetar irregularidades técnicas na marcha atlética, como a perda de contacto com o solo ou flexão inadequada do joelho. O objetivo passa por reduzir a subjetividade nas decisões dos juízes, promovendo maior justiça e precisão nas competições. O que obriga, naturalmente, os atletas a um maior rigor e precisão na prática desta modalidade.

Pistas Inteligentes e coletes com GPS

Existem outros exemplos, como as pistas inteligentes, equipadas com sensores integrados que capturam dados em tempo real sobre a passada, velocidade e biomecânica dos atletas. O que permitirá treinos mais eficazes, prevenção de lesões, etc. Hoje, os coletes com GPS e sensores de movimento já são comuns. Usam-se tanto nos treinos quanto em algumas competições. Com eles, é possível analisar detalhadamente. Isso ajuda os treinadores a adaptar melhor os planos de treino e a definir estratégias de recuperação mais eficazes.

Nos últimos Jogos Olímpicos, constatou-se que muitos atletas e treinadores já recorreram a meios com suporte de inteligência artificial para prever lesões ou sugerir ajustes técnicos.

O atletismo está a entrar numa nova era. Hoje, a tecnologia tem um papel cada vez mais importante. Ajuda a melhorar o desempenho, garante mais justiça nas competições e aproxima o público. Antigamente, era diferente. Correr na praia, na serra ou na estrada era quase a única forma de treinar — especialmente para quem competia no fundo ou meio-fundo.

Em Portugal, a Federação Portuguesa de Atletismo está, por isso, muito atenta a esta evolução. Nesse sentido, tem vindo a adotar e a incentivar o uso de novas tecnologias, com o objetivo de beneficiar não só os atletas, mas também os clubes, as infraestruturas e, em última instância, toda a modalidade. Além disso, a procura constante pela excelência conta agora com novas ferramentas. Por isso mesmo, é essencial que estejamos na linha da frente da inovação.

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