O fenómeno Mora

Nuno FarinhaNuno FarinhaOpinião de Nuno Farinha4 meses atrás139 Visualizações

A época do FC Porto, genericamente, está feita. Não há mais nada para vencer e o único estímulo que ainda resta à equipa de Anselmi é ultrapassar o Sporting de Braga e cortar a meta em 3.º lugar. Ou seja: muito pouco.

Olhar para história recente do FC Porto e encontrar paralelo numa temporada como esta não é, de facto, tarefa fácil. Uma Supertaça e… ponto final. É verdade que ainda há o Mundial de Clubes – mas ninguém espera que o vencedor desta prova (onde estão os melhores do planeta) seja, precisamente, aquela equipa que tem vindo a arrastar-se na Liga portuguesa, com um plantel carregado de deficiências e onde é difícil encontrar uma luz de esperança.

É preciso assumi-lo com frontalidade: o FC Porto falhou em (quase) toda a linha na construção do plantel. As duas janelas de mercado foram um desastre e, exceção feita a Samu, ninguém merece nota positiva na hora do balanço final.

Zubizarreta tem vindo a passar entre os pingos da chuva. As críticas caem em cima de Anselmi, como antes caíram em cima de Vítor Bruno – e até já umas “gotas” vão começando a salpicar o presidente André Villas-Boas.

O que há, então, de positivo no FC Porto 2024/25, para além da conquista da Supertaça? Quatro letrinhas apenas: M-O-R-A. É este menino de 17 anos, na verdade, o que de melhor haverá para recordar desta temporada. Não apenas pelos “quadros” que tem “pintado”, pelos golos “maradonianos” ou pelas assistências que tem inventado.

O melhor que há em Mora é mesmo a esperança de podermos estar perante um talento raro, daqueles que aparecem no futebol português de 10 em 10 anos. E isso é uma grande notícia. É ingrato e até injusto ver como, hoje em dia, o FC Porto depende de um menino para resolver problemas que outros criaram. Não só depende, como lhe entrega “a chave do condomínio” para Rodrigo, sozinho, decidir a gestão que deveria caber ao coletivo.

Sem Rodrigo Mora, o FC Porto seria hoje um deserto de ideias

O que estamos a assistir é à evolução forçada – e acelerada – de um génio precoce, sim, mas que não precisava de crescer com tanto peso nas costas. Não é esta a melhor forma de um talento se afirmar, embora já se tenha percebido, há muito tempo, que não havia alternativa. Sem Mora, o FC Porto seria hoje um deserto de ideias e seguramente que a crise demonstrada na classificação geral seria ainda mais grave.

Aqui chegados, o que importa perceber? Até quando vai o FC Porto resistir à venda da nova jóia da coroa? Quanto tempo irão os gigantes da Europa esperar até decidirem levar daqui o prodígio que precisou apenas de meia-dúzia de meses para explodir em definitivo?

Rodrigo já tinha sido o mais jovem de sempre a estrear-se no futebol profissional em Portugal (no FC Porto B, com 15 anos!) e assume agora o papel de figura principal de uma equipa grande, mas onde falta quase tudo.

Anselmi, na conferência de imprensa desta quinta-feira, dia 17, definiu na perfeição tudo aquilo que Mora tem vindo a fazer: “Vejo mais mérito nele do que nosso.” Na mouche!

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